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Grupo de voluntários de Estância Velha produz mais de 50 mil marmitas

Marmitas Solidárias alcançaram o feito de mais de 50 mil marmitas na quinta-feira (23), no salão da OASE, em Estância Velha (FOTO: Geison M. Concencia)

24/05/2024 - 19h15min

Atualizada em 24/05/2024 - 19h22min

Por Geison M. Concencia

Estância Velha – Durante a maior catástrofe natural que o Rio Grande do Sul viveu neste mês, que deixou um rastro de destruição e mais de 500 mil desabrigados, uma corrente solidária se formou em Estância Velha. Com o objetivo de reconstruir um estado fragilizado, um casal teve a ideia de fazer marmitas para as vítimas das enchentes. E o que começou com duas pessoas, hoje, agrega 700 voluntários.

Na manhã de quinta-feira (23), um feito inédito, a produção de 50 mil marmitas. Junto as embalagens, palavras de consolo, para quem perdeu tudo. Marmitas foram entregues em oito cidades atingidas diretamente pelas cheias dos rios.

A idealizadora do projeto, Gabriela Nunes, lembra que ela e seu parceiro, João Dilkin, tinham uma meta: aquecer o coração das pessoas. “Nosso objetivo era trazer um pouco de conforto para o coração de quem perdeu tudo”, disse Gabriela.

Desde o início, a intenção era eliminar os intermediários e entregar direto as pessoas que precisavam de alimentos. E esse objetivo continua sendo alcançado em cada doação.

De um pequeno convite a amigos, para uma legião de voluntários

Gabriela Nunes, uma das idealizadoras do projeto

Gabriela explica que foram convidando amigos e conhecidos próximos, que aceitaram a ideia. De maneira simples, o pontapé veio com as redes sociais para divulgar o trabalho e arrecadar doações. O local para abrigar o grupo foi na Ordem Auxiliadora Senhoras Evangélicas de Eva (OASE). O espaço conta com cozinha industrial e apoio dos integrantes, necessários para produção das marmitas.

A primeira meta era fazer 500 marmitas, mas o grupo recebeu mil embalagens. Os voluntários aceitaram o desafio. Na hora de colocar a mão na massa, a produção foi melhor do que as expectativas. “Primeiro dia, mais de 4 mil; e segundo, o mesmo desempenho. Ou seja, era para fazer 500, mas passou de 8 mil”, recorda a idealizadora do projeto.

Na média da primeira semana, foram, aproximadamente, 3500 marmitas dia e média foi se mantendo até o momento. Trabalho diário culminou na produção de 50 mil marmitas, contabilizadas até o final da manhã de quinta-feira. “Se tornou algo muito maior do que sonhávamos. Nem em nossos melhores sonhos, imaginaríamos isso”. Sempre desejei participar de um projeto bom e grande. Talvez, este, seja o projeto da minha vida”, comenta Gabriela.

Antes do raiar do sol, voluntários se preparam

A rotina dos voluntários da Marmita Solidária começa entre 3 a 5 horas da manhã, a depender da demanda. Por volta das 7h, tem início a produção com o armazenamento dos alimentos. A rotina, dedica ao outro, termina por volta das 22h.

“Podemos ser idealizadores do projeto, mas não fizemos nada sozinho. Se não fossem eles, os voluntários, não alcançaríamos esse número. Acordamos de madrugada e dormirmos tarde. Renunciamos a tudo. Estamos vivendo para isso. Vale a pena”, agradece Gabriela.

Quem ajuda, não se arrepende

Alex está há 20 dias coordenando a cozinha

Chefe da cozinha voluntária, Giba

Apesar do rosto de muitos voluntários revelarem um semblante cansado, que há 20 dias trabalha na produção de marmitas, voluntários não desistem. A vontade de ajudar o próximo súpera qualquer adversidade, inclusive a fadiga.

Um dos voluntários, Alex Sandro Costa Lucas, de 46 anos, revela que não é fácil a jornada de trabalho na produção de marmitas. Ele que é coordenador da cozinha não desiste, pois sabe que o seu trabalho ajuda quem mais precisa, que perdeu tudo devido à enchente.

“Quando voltei da reunião na OASE, em que estabelecemos nossas metas, cheguei em casa e percebi que tinha uma cama quente, um chuveiro e lar. E isso foi o que motivou, e ainda motiva, a continuar no voluntariado. Nuca me envolvi com tanta intensidade num projeto social como agora”, diz Costa.

 

 

 

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