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Guaíba cai abaixo do pico de 1941; veja a tendência para a enchente
O nível do Guaíba continua com uma trajetória consistente de baixa nesta sexta-feira. A medição da régua do Cais Mauá indicava, às 8h desta sexta, que o Guaíba estava em 4,70 metros. Com isso, o nível nesta manhã finalmente caiu abaixo da marca máxima de 4,76 metros, até esta cheia a maior da história, alcançada na primeira semana de maio de 1941, na grande enchente daquele ano.
O valor atual está mais de meio metro abaixo do valor máximo do repique da cheia, atingido na noite da terça-feira. O pico da enchente, entretanto, ocorreu na primeira onda de vazão, no dia 3 de maio, quando a cota atingiu 5,35 metros.
Conforme a MetSul Meteorologia, a enchente vai se prolongar ainda por muito tempo e Porto Alegre vai começar junho ainda sob condições de cheia no Guaíba, com áreas da cidade ainda com água. “Estamos sob a maior cheia já documentada em 150 anos de medições no Guaíba. O pico do começo do mês foi mais de meio metro superior ao de 1941. A enchente de 1941 durou mais de um mês e foi menor do que a atual”, explica o instituto.
O Guaíba, mesmo baixando, continua 1,70 metro da cota de transbordamento e quase três metros acima da cota de cheia. Vai chover ainda neste mês e haverá dias com vento Sul, o que não deve levar a um novo máximo nesta enchente, mas em alguns momentos retardará o caminho da normalização com altas temporárias.
Há possibilidade de chuva por vezes moderada a forte na área do Guaíba e nas bacias dos rios contribuintes entre terça e quinta da próxima semana, o que pode gerar pequena elevação ou frear o ritmo de baixa.
Existe o agravante da Lagoa dos Patos que está com nível muito acima do normal, o que torna a baixa do Guaíba mais lenta. Com o grande volume de água que já desceu para o Sul e com que ainda se espera de chuva, o processo de baixa do Guaíba será lento e gradual, fazendo com que a enchente demore a terminar.