Conecte-se conosco

Cadernos

Há 116 anos chegaram no Brasil os imigrantes vindos do Japão

04/07/2024 - 16h52min

Atualizada em 04/07/2024 - 16h56min

Autoria Desconhecida - https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4734649

Imigração Japonesa – A vinda de imigrantes japoneses foi em momento em que o Brasil necessitava de mão de obra para as fazendas de café, em São Paulo e norte do Paraná. O Japão precisava aliviar a tensão social no país, causada por alto índice demográfico.

O marco é a chegada do navio Kasato Maru, em Santos, no dia 18 de junho de 1908. Do porto de Kobe a embarcação trouxe, numa viagem de 52 dias, os 781 primeiros imigrantes.
No Rio Grande do Sul, a imigração japonesa iniciou-se com o desembarque de 23 jovens japoneses no Porto de Rio Grande, em 20 de agosto de 1956. Vieram com o navio Brasil Maru.
O Festival do Japão-RS (POA) tem como objetivo divulgar a cultura japonesa no Rio Grande do Sul. É realizado anualmente, sempre no mês de agosto em um final de semana próximo à data de 18 de agosto, considerado o Dia do Imigrante Japonês no RS.

Orita foi um dos primeiros jovens solteiros do Japão a vir para Ivoti.
Kuniharu Orita tem 86 anos. Ele chegou em Rio Grande-RS-Brasil com 18 para 19 anos. Em 1968 mudou-se para Ivoti, dois anos depois da chegada dos primeiros imigrantes à atual Colônia Japonesa. Ele veio ao Brasil junto com outros 22 jovens. Ele conheceu a esposa Kumiko Hayashi Orita em Viamão, então casaram e logo em seguida eles vieram para Ivoti. O casal teve 5 filhos: (Yoshiharu, Toshiharu, Yumi (in memórian), Mayumi e Miyuki).

Orita acredita que foi o primeiro japonês a vir direto ao Rio Grande do SuI, sendo que os demais vieram de outros estados para cá. De acordo com ele, tinha o desejo de conhecer no Brasil, país que sabia ter terra em abundância. Como conhecia o filho do ministro da fazenda Watanabe, Orita conseguiu conversar diretamente com aquela autoridade do seu país, para que o Japão pagasse a dívida da propriedade adquirida aqui em Ivoti e foi o que realmente aconteceu, o governo pagou o valor.

O início da produção foi com a criação de frangos, mas a iniciativa não deu certo, pois um temporal atingiu todas as propriedades da colônia e derrubou metade dos galpões. Depois surgiu a ideia de produzir hortigranjeiros e uvas. Ele integrou Cooperativa da Colônia Japonesa e foi integrante da diretoria. As vendas eram realizadas para São Paulo e Rio de Janeiro e até conseguiu exportar para a Europa. “Aqui cheguei a vender entre 30 e 40 toneladas de uva no auge da produção”, explica ele sobre a produção anual na chácara .
Em todos esses anos, com os filhos criados e aposentado, Orita comenta que realizou o seu sonho, sempre com muito trabalho duro pela frente. O casal levantava entre as 5 e 6 da manhã para trabalhar nas parreiras e colher, e depois seguia noite a dentro para encaixotar as uvas que iam para a Ceasa/POA, SP e RJ no dia seguinte. Outra dificuldade inicial é que havia muito mato, que teve que ser derrubado para o imigrante se radicar aqui. Hoje, a área de cultivo é de 4 hectares.

 

Vendas na Ceasa hoje

Os irmãos Toshiharu e Yoshiharu alugam o Box 01 no Pavilhão D-1 da Ceasa de Porto Alegre, desde 2019, para realizar as vendas ali e obter preços melhores. Eles vendem uva, mamão, manga, melão, abacate, maracujá, etc. Toshiharu é também proprietário da Fruteira Ipê, em Ivoti, onde oferece variedade de frutas, verduras e outros produtos.

Família Genba se estabeleceu em Presidente Lucena

A família Genba reside na Linha Nova Baixa e é formada pelo casal Takaaki e Retsuko. Eles são pais de Takahiru (Taka) e Daiki. Takahiru é casado com Edineria e pai de Natália, 15, Yui, 3, e Sue, de um ano e 10 meses.
A família panta verduras em Geral, incluindo couve, tempero verde e outros artigos da agricultura. Foi o filho mais velho Takahiru quem iniciou as vendas na Ceasa de Porto Alegre, para onde as mercadorias são levadas duas vezes por semana.

Atleta

Daiki Genba sagrou-se campeão na categoria B em Londrina, Paraná, em junho de 2022, junto com a sua equipe, a Dragons Softbol, de Gravataí. Ele participou do 31º Brasileirão de Softbol Interclubes Aberto (masculino e feminino). Daiki já jogou na equipe de softbol da Colônia Japonesa, de Ivoti, e traz o esporte no sangue, pois o pai, Takaaki, já jogava no Japão e tem vários troféus. Para ele é um hobby que possui, pois joga desde os 10 anos de idade.

 

Confira a matéria direto do jornal!

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.