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Heróis em dose dupla: policiais que evitaram feminicídio agora salvam bebê em Dois Irmãos

17/05/2023 - 10h56min

Atualizada em 17/05/2023 - 11h51min

Os policiais militares Erique e Ezequiel salvaram uma bebê de poucos dias que havia se engasgado; foram os mesmos que, há algumas semanas, também salvaram a vida de uma mulher feita refém no Travessão (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – A noite de 8 maio foi de um grande susto para os papais Francieli de Fátima Ferraz (27) e Dailon de Lima (32). A bebê deles, Heloísa – que tem pouco mais de um mês de vida –, havia se engasgado. Foram minutos de pavor, mas que tiveram um final feliz pois encontraram os policiais militares Erique da Silva dos Santos e Ezequiel da Silva Soares que salvaram-na.

O pai lembra que era por volta das 23h45. Já haviam ido dormir e a pequena Heloísa estava com eles na cama – pois não queriam deixá-la dormir sozinha. “Do nada ela foi se espreguiçar, erguendo os bracinhos. A gente viu que foi ficando vermelha, balançando a cabeça, e vimos que não conseguia respirar.”

Não voltava

Dailon conta que imediatamente começou a fazer a manobra de Heimlich, mas a bebê não voltava. Enquanto isso a esposa corria para pegar a chave do carro. Na pressa, ao abrir o portão, este ainda desengatou. “Quando voltei vimos que estava com os olhos viradinhos”, lembra a mãe.

Eles saíram em busca de socorro. Francieli dirigia enquanto que Dailon seguia fazendo a massagem. “Senti que ela estava respirando, mas não voltava”, lembra o pai.

A poucos metros da BM

Eles moram no bairro Navegantes, a poucos metros da Brigada Militar. Em questão de minutos estavam no quartel. Pararam o carro e correram para pedir ajuda. O soldado Erique iniciou a manobra de Heimlich; o colega Ezequiel pegou a viatura e imediatamente se deslocaram até Pronto Atendimento médico. Ainda no caminho conseguiram trazer ela de volta. “Ela não estava engasgada com leite. Era catarro. Saiu muito”, lembra Erique.

Ao chegar no hospital os profissionais fizeram a aspiração e já constaram que estava tudo bem com a pequena Heloísa – que logo depois já pôde ir para casa.

Gratidão

Passado o susto, a família reencontrou os policiais no final da semana passada. “Só temos a agradecer a eles, por tudo o que fizeram”, disse Francieli.

Naquela hora, na cabeça da gente, pensamos que os policiais teriam o treinamento para este tipo de casos. Então fomos até eles”, lembra Dailon, reafirmando o quanto são gratos aos militares.

Os soldados Erique e Ezequiel, os pais Francieli e Dailon com a bebê Heloísa – e o mano Lucas Pietro, se reencontraram após o susto (FOTO: Cleiton Zimer)

“Pensei bastante na minha filha”

Erique, que conduziu a manobra, explicou que o pai estava fazendo certo; no entanto, diante do nervosismo, ele não a baixava o suficiente o que acabava por não liberar todo o catarro que a bebê tinha.

Na hora vi que o pai estava nervoso. Mas ele estava tentando salvar a filha. A mãe, também nervosa, acompanhou junto na viatura.

O policial disse que também se emocionou na hora. “Eu tentei ficar calmo mas pensei bastante na minha filha que tem três dias a menos que essa bebê. Depois que a vi chorar no hospital agradeci a Deus por ter dado tudo certo”, contou, dizendo que, na hora, ligou pra conversar com a própria família.

Alguns dias antes: mordida na cabeça por um Pitbull

Uma semana antes a família passou por outro grande susto. No dia 30 de abril, num domingo, estavam no Núcleo de Casas Enxaimel de Ivoti. Enquanto estavam parados numa fila para comprar churros um cachorro da raça Pitbull avançou e mordeu a cabeça da bebê – que estava nos braços da mãe Francieli.

Na hora tinha muito sangue”, lembra o pai. Eles ficaram apavorados. Foram imediatamente ao Hospital e, por sorte, passou somente de raspão.

Eles contaram que o dono do animal entregou-o para uma mulher, foi com eles até o carro e, depois disso, foi embora. Não o viram mais. A situação foi registrada na Delegacia de Polícia de Ivoti, que investiga o caso.

A bebê precisa receber vacinas pois não sabem se o animal estava devidamente vacinado. E, no hospital, constaram que de fato foi a mordida, e não um possível arranhão das garras.

Coincidência do destino?

E, sim, você já viu esses dois policiais por aqui antes. Foram os mesmos que, no dia 9 de março, salvaram a vida de Madalena Staudt – que foi feita refém dentro da Malharia Daiane, no bairro Travessão, por um homem desconhecido que a golpeou diversas vezes enquanto procurava por outra pessoa. Os policiais mataram o agressor, salvando a vida da vítima.

Pelo ato de bravura receberam homenagens da Câmara de Vereadores e, também, do Parlamento Federal.

 

 

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