Homem que saltou da estratosfera em 2012 morre em acidenta na Itália

O austríaco Felix Baumgartner, 56 anos, ícone dos esportes radicais e primeiro homem a superar a velocidade do som em queda livre, morreu na tarde de quinta‑feira (17) após perder o controle de um parapente motorizado enquanto sobrevoava Porto Sant’Elpidio, na região de Marche, centro da Itália. Ele caiu ao lado da piscina de um hotel próximo à praia e não resistiu aos ferimentos.

Testemunhas relataram ter ouvido um “estrondo” antes de o equipamento girar descontrolado rumo ao solo. Autoridades locais trabalham com a hipótese de que Baumgartner tenha sofrido um mal‑súbito que o fez perder a consciência durante o voo.

Uma funcionária do resort foi atingida por destroços e sofreu ferimentos leves; nenhum hóspede se machucou.

“O mundo perdeu um símbolo de coragem e paixão pelo voo extremo”, declarou o prefeito Massimiliano Ciarpella, que decretou luto oficial no município costeiro. A Red Bull, marca que patrocinou suas principais façanhas, afirmou em nota: “Nenhum detalhe era pequeno demais, nenhum risco grande demais para Felix”.

Recorde histórico na estratosfera

Baumgartner entrou para a história em 14 de outubro de 2012, quando saltou de uma cápsula a 38 km de altitude sobre Roswell (EUA), atingindo 1 343 km/h (Mach 1,25) e tornando‑se o primeiro paraquedista a romper a barreira do som com o próprio corpo. O feito foi acompanhado por milhões de pessoas ao vivo.

Carreira de riscos e polêmicas

Nascido em Salzburgo, o atleta começou a saltar aos 16 anos, serviu na equipe de demonstração do Exército austríaco e, nos anos 1990, migrou para o BASE jump. Entre seus feitos estão travessias sobre o Canal da Mancha com asa de fibra de carbono e saltos dos arranha‑céus Taipei 101 (2007) e Petronas Towers (1999). Além da fama, acumulou controvérsias: em 2010, foi multado por agressão após um desentendimento no trânsito e chegou a defender publicamente posições autoritárias, o que gerou críticas em seu país natal.

Investigação

Peritos italianos analisarão o motor do parapente e dados de câmeras esportivas que registraram o voo. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico‑Legal de Ancona para autópsia, que deve confirmar se houve causa clínica que precipitou a queda. Os resultados são esperados nas próximas semanas.