Conecte-se conosco

Região

Incêndio com possível origem acidental resulta na morte de uma mulher em Estância Velha

22/08/2024 - 19h56min

Atualizada em 22/08/2024 - 20h09min

Por volta das 3h30 da madrugada de quinta-feira, dia 22, um sinistro chocou a vizinhança da rua Manaus no bairro Lago Azul, momento em que um incêndio atingiu a residência de Tereza Jesus Almeida de Oliveira, de 68 anos. A mulher estava sozinha dentro da residência e morreu no local. O Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas, no entanto, já haviam se alastrado em praticamente todo imóvel.

Tereza era solteira e morava com o seu cachorro, que também não resistiu ao incêndio. No mesmo terreno, havia inquilinos que residiam em uma construção nos fundos da casa. De acordo com relatos de testemunhas, eles tentaram entrar na casa para resgatar a senhora, mas foram impedidos pela intensidade das chamas. Diante da situação, foram orientados a deixar o local.

Por volta das 10h20, o Instituto Geral de Perícias (IGP) esteve no local para fazer um laudo sobre as causas do incêndio. Após análises prévias, foi constatado origem acidental, possivelmente. A hipótese levantada é de um curto-circuito. A Polícia Civil investiga o caso.

Entre os presentes na cena da tragédia estava o ex-marido de Tereza e sua afilhada, de 42 anos. Com semblante de tristeza, ela relatou o desespero ao ser informada do ocorrido. “É muito triste. Minha irmã me ligou, e eu vim de Canoas para cá. Foi um choque, pois há poucas semanas eu estava aqui com minha filha para visitar ela”, lamentou. Segundo a mulher, a vítima tinha poucos parentes próximos e vivia sozinha.

Relatos da vizinhança

Vizinhos e amigos, alguns dos quais conheciam Tereza há décadas, compartilharam seus sentimentos de choque com o momento do incêndio e tristeza com a perda.

Tereza Klauss, de 81 anos, uma residente de longa data da Rua Manaus, descreve o momento em que foi acordada pelo som do incêndio. “Acordei de madrugada com um barulho que parecia um tiroteio, mas era o fogo. Depois me avisaram que era um incêndio”, relata. Apesar de não ter um relacionamento próximo com a vizinha, ela foi muito impactada pela tragédia. “Eu conversava pouco com ela, a gente não era muito de se visitar. Mas foi um choque, a vida toda a gente se conheceu”, acrescenta.

Uma amiga de vários anos da idosa, que preferiu não se identificar, falou com carinho da amizade que as duas compartilhavam. “Ela era uma pessoa boa. Vinha na minha casa, e eu ia na dela. Ela era muito alegre e gostava de brincar. Quando eu viajava, ela sentia a minha falta. Foi um choque muito grande. Acordei com um estrondo, o barulho e os vizinhos gritando e chamando por ela”, conta.

Claudete, de 48 anos, também compartilha sua tristeza ao lembrar dos momentos que dividiu com Tereza. “Foi horrível. Ela conversava com a gente. Eu vi os vizinhos chamando, todo mundo correndo e arrebentaram as portas, mas não tinha mais tempo para salvar ela. Pra mim, é doloroso, porque volta e meia ela estava falando com a gente. Ela passava na cerca da minha casa para conversar. É triste”, conclui Claudete.

Segundo incêndio em residência durante a última semana
A ocorrência de hoje é a segunda, em menos de uma semana, que ocorreu no Município. Na terça-feira (22), uma casa foi parcialmente destruída pelo fogo, na rua Renato Robison, no bairro União. Chamas não consumiram, ainda mais, a residência, por conta da ação do Corpo de Bombeiros Militar de Estância Velha e Ivoti, que atendeu o chamado, em virtude da guarnição de Estância Velha estar atendendo outra ocorrência.

Embora ainda não tenha nenhuma definição sobre as causas exatas do incêndio, a hipótese mais provável seria curto. Quanto ao tema, o tenente do CBM de Estância Velha, Duarte, alerta sobre a importância de prevenir possíveis sobrecargas na rede elétrica das moradias.

“O trabalho mais importante é o preventivo. Geralmente, para quem mora sozinho, deve ter uma série de cuidados, como tirar aparelhos da tomada, nem sobrecarregá-las. Atualmente, temos muitos equipamentos eletrônicos e vamos ligando eles à rede. Isso pode dar uma sobrecarga no sistema, provocando curtos”, explica Duarte.

Duarte lembra para evitar acúmulo de materiais, como revistas e outros materiais combustíveis, que podem contribuir para incêndios. Outra dica, é evitar carregar celulares sobre camas e sofás, sendo um risco para os moradores. “Quando pega fogo num colchão, ele se alastra muito rápido”, aponta.

Tenente do CBM de Estância Velha também indica cuidados redobrados com relação a aquecedores, evitando colocar roupas sobre esses equipamentos. O próprio equipamento pode ter curto e pegar fogo. “Quando acontece o incêndio, na madrugada, as pessoas percebem depois de 15 a 20 minutos. No momento em que os vizinhos detectarem, o fogo terá consumido toda a casa”.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.