Região
Instituto Olívia do Bem, de Dois Irmãos, propõe a valorização da vida a pacientes oncológicos
“Quem é você além da doença?” – A questão levantada pelo Instituto destaca a importância da terapia e do acolhimento a pacientes diagnosticados com câncer
Por Nicole Pandolfo
Dois Irmãos – Os avanços da medicina oncológica oferecem tratamentos cada vez mais personalizados que contribuem não somente com a eliminação da doença, mas com a qualidade de vida do paciente ao longo do tratamento. Do ponto de vista técnico, um diagnóstico de câncer deixou de ser uma sentença de morte. No entanto, sob o aspecto cultural, a doença ainda é estigmatizada e um diagnóstico positivo geralmente significa o início de uma batalha que vai muito além dos remédios e das reações físicas ao tratamento.
Instituto Olívia do Bem
A experiência de 15 anos como voluntária em setores oncológicos de hospitais de Porto Alegre trouxe à Luciana Lemos o desejo de trabalhar para o bem-estar de pacientes com câncer. Depois de concluir a formação como Assistente Social, ela teve a intenção de criar um instituto que oferecesse tratamentos que vão além do protocolo de combate à doença. O trabalho direto com pacientes deu a Luciana uma percepção do que muitas pesquisas já apontam como resultado: o bem-estar do paciente está diretamente associado com uma reação positiva ao tratamento e consequente remissão da doença.
Luciana Lemos, diretora presidente do Instituto, uniu a experiência no setor oncológico de hospitais de Porto Alegre e a formação como Assistente Social
Palavra chave: Acolhimento
Há dois anos, o Instituto Olívia do Bem oferece a oportunidade de enxergar a vida de uma forma mais leve e gentil a pacientes oncológicos. Através de serviços gratuitos de Assistência Social, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia, oficina de Artesanato, entre outros, o paciente e um cuidador principal são acolhidos e recebem suporte emocional, muitas vezes negligenciado, mas essencial para a qualidade de vida de quem enfrenta a batalha contra a doença e de quem está diretamente ao lado dessa pessoa. “O adoecer é coletivo, não adoece somente o paciente, mas o familiar, a família, quem está por perto”, explica Luciana sobre a maneira como a doença pode interferir em diversos âmbitos da vida.
Atualmente, o Instituto oferece suporte terapêutico a 75 pessoas. O câncer de mama ganha destaque não somente pelo número de incidências, mas por acometer mulheres cada vez mais jovens. A demanda de pacientes do Instituto vem da corrente de conhecidos que se forma naturalmente: “Cada vez mais a gente nota que está se tornando uma família. Quem está aqui, traz quem ainda não está”, conta Luciana.
Pacientes reunidas durante oficina de artesanato (Foto: Divulgação)
Suporte emocional
Lizandra Loureiro Pinto, psicóloga, explica que as atividades oferecidas no instituto têm características lúdicas como um diferencial, visando o bem-estar do paciente. O objetivo é tirar o foco do câncer e devolver ao paciente a sua identidade que vai além da doença: “A gente traz o olhar para outras coisas que a pessoa pode fazer e gosta de fazer, porque a doença às vezes tira o reconhecimento das pessoas em relação as coisas boas para a continuidade da vida. Muitos olham como uma sentença. E não é!”
Lizandra ressalta que sentir-se amado, aceito e acolhido estão entre as necessidades básicas de quem passa pelo processo da doença, assim como se sentir útil e importante: “O câncer mexe com essas feridas e muitas vezes não nos dá a chance de ativar mecanismos de defesa pra não lidar com elas. Então estamos obrigados a olhar para coisas das quais a gente fugiu a vida inteira, às vezes enchendo a rotina de afazeres, por exemplo. A doença faz isso.”, explica Lizandra, remetendo a um dos objetivos principais do Instituto Olívia do Bem: fazer com que pacientes se sintam reconhecidos.
Verinha
A boneca Verinha, criada por pacientes e familiares que frequentam a Oficina de Artesanato do Instituto tem uma missão: continuar a ajudar aqueles que a criaram e todos que ainda irão fazer parte da família Olívia do Bem. “Quando nós olhamos pra boneca, a primeira coisa que enxergamos foi a Verinha, uma paciente nossa que também é um anjo de asas”, conta Luciana sobre a inspiração do nome. Os valores arrecadados com a venda da boneca ajudam o Instituto a continuar seu trabalho de acolhimento através das atividades terapêuticas oferecidas.
Para levar uma Verinha personalizada para casa e ajudar o Instituto, entre em contato através do Whats App 51 2160 4224.
Boneca foi criada por pacientes e familiares para arrecadar fundos para o Instituto
Contato e doações
Fique por dentro de tudo o que acontece no Instituto através do Instagram @institutooliviadobem e conheça mais no site www.institutooliviadobem.com.br. A sede fica na Avenida São Miguel, 939, andar superior.
Para contribuir com doações, é disponibilizada a chave pix: [email protected]