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Região

Investimento, SUS e um novo quadro de doenças sazonais: Como está a Saúde em Dois Irmãos

19/04/2024 - 15h32min

Atualizada em 22/04/2024 - 14h06min

Atual secretário da Saúde Ismael Fabrício Nervo e a médica Maristane Strada (Foto: Nicole Pandolfo)

Conversamos com a equipe da secretaria sobre os fatores mais preponderantes no cenário atual do setor

Por Nicole Pandolfo

Dois Irmãos – Há 4 meses no cargo de secretário da Saúde, Ismael Fabrício Nervo relata que ele e a equipe seguem a mesma linha de trabalho que era realizada na administração anterior, quando Nilton José Tavares comandava a pasta: “A secretaria da Saúde veio muito organizada. A equipe técnica é a mesma, então já saiu com fluxos pré definidos e muito desenhados.”

Segundo dados da secretaria, o Sistema Único de Saúde de Dois Irmãos conta com 9 equipes de Saúde da Família e 2 de atenção primária, totalizando 11 equipes que garantem uma cobertura de 110% de atendimento da população.

Fila de espera

Ainda assim, o tempo de espera para realização de exames e procedimentos gera insatisfação da população. De acordo com o secretário, o que ocorre nessas situações é que há uma grande procura por procedimentos e especialidades que não são competência do município: “A neurologia, por exemplo, a nossa referência é Porto Alegre. Quando encaminhamos uma neurologia ou uma neuropediatria, muitas vezes não conseguem nos atender em tempo hábil”, diz Ismael. “É uma dificuldade não só de Dois Irmãos, mas de toda região, quando a gente precisa buscar algo fora do município”, completa.

Como medidas de ação pontuais, a Saúde tem optado por contratar atendimentos, exames e cirurgias. Maristane Strada, médica coordenadora de programas da secretaria relata que, no que se refere à atenção primária de saúde, atribuída ao município, “Dois Irmãos cumpriu o tema de casa”, e completa: “Hoje o município praticamente passa a investir em média complexidade à alta, que é uma demanda federal, estadual que o município não está recebendo.”

Dengue: uma nova realidade

Além das viroses no verão e os problemas respiratórios no inverno, a dengue, agora uma doença sazonal, passou a representar um novo desafio para a secretaria da Saúde: “Quando eu assumi em dezembro já havia a expectativa da dengue, já tinham protocolos anteriores que a gente reformulou. Mas nós vimos que essa questão da dengue, acompanhada de uma virose que acometeu o município no mesmo período, lotou a emergência do hospital e as unidades básicas de saúde”, disse Ismael. Segundo o secretário, no período relatado houve um salto de 150 atendimentos diários para 300.

“A gente já tem um plano de contingência, que quando chega dezembro já puxa da gaveta”, diz Maristane sobre como o município tem se preparado para a dengue a cada ano. O plano prevê protocolo de atendimento, hidratação, aquisição de soro, teste rápido, exames de laboratório e até situações de emergência, que não aconteceram neste verão. “Este ano não chegamos nos índices da epidemia de 2022 e nem vamos chegar”, afirmou o secretário que disse haver uma média de 6 a 7 casos ativos de dengue por semana (dados referentes até a primeira quinzena de abril).

Mosquito de “estimação”

Segundo a equipe da secretaria da Saúde, o controle da doença está diretamente relacionado com a conscientização da população sobre a prevenção. Agentes da vigilância relatam inúmeros casos de constatação do foco do mosquito em casas com boa estrutura onde, aparentemente, não deveria haver, mas hábitos como o armazenamento indevido da água da chuva para irrigar as plantas acabam contribuindo para a proliferação da doença. “Existe uma resistência em aceitar as indicações dos agentes”, diz Maristane. “Quando eles voltam, está tudo lá de novo.” “Hoje o nosso alvo é a dengue, daqui a pouco estamos tendo que enfrentar a zika, chikungunya… Doenças transmitidas pelo mesmo mosquito”, prevê Ismael.

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