Região

Irena cultiva a terra que já pertenceu aos avós no Walachai

25/07/2024 - 10h35min

Para Irena Arnold, lidar com a terra vai além do sustento: É garantia de saúde e alimento para as futuras gerações (Fotos: Nicole Pandolfo)

No dia do colono, um exemplo da tão importante função de quem produz o nosso alimento

Por Nicole Pandolfo

Morro Reuter – Não é só o sustento financeiro que a dona Irena Arnold tira da terra onde cultiva os temperos e hortaliças: “Botar a mão na terra é um remédio pra mim!”, ela diz. Nascida e criada no Walachai, em Morro Reuter, aos 58 anos, Irena trabalha na mesma terra onde seus avós já trabalharam e hoje, ela transmite o valor da colônia para a sobrinha-neta, Betina Staudt, que acompanha a lida da tia durante as férias da escola.

Entre a roça e a casa

Em um dia comum, Irena acorda antes das 5h, mas só sai para a roça por volta das 7h, isso porque, na vida de uma agricultora, as tarefas de casa se somam ao trabalho no campo. “Arrumo a casa, deixo tudo preparado, descasco o aipim ou a batata pro almoço e às 7 e pouco eu vou pra roça”, ela conta. Cortar o pasto para as vacas e plantar as mudas de verduras esteve na lista de tarefas da manhã desta quarta-feira, antes de receber a reportagem do Diário. Enquanto contava sua história, preparava o almoço para ela e o irmão, com quem divide a casa.

A agricultora exibe a horta recém plantada com esperança após um período de pouca produtividade devido à chuva

Legado

Depois de quase 34 anos trabalhando e uma fábrica de calçados, hoje a roça é a única fonte de renda de Irena que planta para vender e para consumo próprio. As verduras que ela cultiva vão para a região metropolitana através do sobrinho que transporta a mercadoria até o consumidor. Repolho, beterraba, rúcula, couve-flor e brócolis estão entre as espécies cultivadas, sem agrotóxicos, pela agricultora. Ela torce para que a geração da sobrinha continue a tradição da família: “Ela já me ajuda bastante”, conta com orgulho. Betina se diverte com as tarefas como qualquer criança, mas entende a importância trabalho na terra como essencial para o ser humano.

Betina acompanha a tia-avó na lida do campo e mostra interesse em continuar a tradição da família na colônia

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