Região

Jovem hervalense investe na criação de coelhos gigantes

20/10/2020 - 18h04min

Atualizada em 24/08/2023 - 19h16min

Patrick Olbermann, 18 anos, tem a produção há três anos e pretende ampliar ainda mais e, com dedicação, chegar na Expointer (FOTO: Cleiton Zimer)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – Aos 18 anos Patrick Olbermann possui um sonho e, para realizá-lo já deu início ao seu empreendimento há cerca de três anos. Ele cria coelhos da categoria gigante, da raça Flandres, e seu objetivo é chegar na Expointer, onde estará junto com os maiores criadores e representantes do Estado, lidando com espécimes que possuem genética de referência e adquirindo experiências.

Patrick cria coelhos da categoria gigante; na foto mostra o macho Flandres, de 6,5 kg, um dos reprodutores (FOTO: Cleiton Zimer)

Patrick conta que desde pequeno gosta de coelhos. Mas foi quando passou a frequentar a Expointer que se identificou ainda mais com a criação e se sentiu instigado a dar um passo além. Dessa forma aos 15 anos comprou seu primeiro casal de coelhos, os vendeu e adquiriu mais cinco e assim foi ampliando seu negócio que, hoje, já está devidamente registrado e é conhecido em todo o município e região: o Criatório Olbermann.

A criação está no galpão da família em Alto Morro dos Bugres, nos fundos de casa, onde possui em torno de 30 coelhos em gaiolas criadeiras devidamente adaptadas com assoalho de madeira em lacunas para que estejam sempre em ambiente seco de forma que o esterco não acumule e cause feridas nos bichos. Patrick explica que já teve quase 80 coelhos no local quando tinha muitos filhotes, mas como o negócio possui um giro constante – compra e venda -, a quantidade na propriedade sempre oscila. Além do Flandres tem Borboleta Francês e Gigante Crioulo – com uma fêmea que já chegou a 7,5 kg.

Ele já projeta ampliar. Para o ano que vem pretender aumentar a estrutura deixando um local separado somente para as fêmeas e, assim, selecionar melhor os coelhos tendo mais espaço para trabalhar.

O preço de cada coelho varia, mas podendo chegar até R$ 400. “Coelhos de raça são mais caros. Tenho amigos que vendem Mini Coelhos e, esses, chegam até R$ 1 mil”.

Adquirindo conhecimento

Ele precisa alimentar os coelhos duas vezes ao dia, além de controlar remédios e vacinas (FOTO: Cleiton Zimer)

Para adquirir conhecimento na área Patrick usa as redes sociais. Através de grupos no WhatsApp se comunica com outros criadores além de visitá-los. “Semana passada estive com um criador da Expointer. Conversamos duas horas sobre criação de coelhos e trocamos experiências. É assim que funciona, aprender com os mais velhos. É preciso sempre estar se dedicando para aprender constantemente”.

Hoje ele adquire coelhos em Dois Irmãos, São Paulo das Missões e, até mesmo, Santa Catarina. “Eu compro em diferentes lugares, um ali e outro aqui para fazer minha própria genética”. As vendas ocorrem da mesma forma, em Herval e nos municípios da região.

Ele os alimenta duas vezes ao dia, na parte da manhã e de tarde. Gasta em torno de oito sacos de ração por mês, o que dá uma média de R$ 300 e, ainda, os alimenta com folhagens.

Cada coelho tem um acompanhamento individual, tendo seu peso registrado de tempo em tempo e recebendo demais cuidados; todos esses dados são registrados. Ele também possui todo o conhecimento em medicamentos e vacinas que precisa aplicar nos animais.

Dificuldades

Patrick conta que os coelhos são animais muito frágeis e, portanto, essa é a maior dificuldade de trabalhar com uma criação. “Um macho, por exemplo, é mais sensível. Ele é capaz de não comer e acabar morrendo depende de onde está, porque ele é muito teimoso. O Gigante de Flandres em si é muito frágil, adoece fácil, têm bastante doenças que precisa cuidar”.

Por que optar pelo agro?

Questionado sobre qual o motivo que o levou a ficar no agro e projetando permanecer, Patrick esclarece que acima de tudo gosta do que faz. “Desde criança me identifico com essa realidade. Com os coelhos é a mesma coisa, não é tudo pelo dinheiro, é porque gosto de fazer e isso é o mais importante”, explica, contando que as dificuldades no começo eram muitas. As dúvidas fizeram parte e os prejuízos também, mas sempre esteve disposto a se dedicar e aprender.

Um apoio importante

Patrick com sua mãe Lurdes (FOTO: Cleiton Zimer)

Patrick ainda estuda – está no último ano do Ensino Médio. Além disso também trabalha na empresa da família, que tem comércio de batatas. Dessa forma precisa se revezar entre as atividades para dar conta de tudo, afinal, a criação de coelhos demanda atenção diária.

Ele começou sozinho, sem experiência, somente com a vontade e a coragem. No começo alguns não acreditavam que daria certo, mas isso não o impediu e, hoje, os resultados estão mostrando que está valendo a pena. “Comecei pequeno, porque todo começo é pequeno”.

Ele mora com os pais, Lurdes e Laudo, e a irmã Patrícia. Sua mãe, que sempre o ajuda quando ele não pode – às vezes Patrick precisa sair e ela alimenta os coelhos-, destaca que torce para que o empreendimento do filho dê certo, para que sempre possa continuar seguindo adiante e crescendo. “Fico feliz por ele ter chegado onde chegou e, assim, espero que continue dando certo”, afirmou, com orgulho.

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