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Justiça francesa julga ex-médico acusado de 299 estupros
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O maior escândalo de abuso sexual começou a ser julgado hoje no tribunal de Vannes, no oeste da França. O réu é Joël Le Scouarnec, ex-médico de 74 anos, acusado de 299 estupros, sendo a maioria das vítimas, crianças com média de 11 anos. O crime que abalou o país, acontece meses após Dominique Pelicot ser considerado culpado por drogar, estuprar e convidar dezenas de homens para violentarem sua esposa, Gisèle, por anos.
Segundo a defesa, o réu admitiu a maioria dos crimes no primeiro dia de julgamento, que se estenderá por meses, no tribunal criminal de Morbihan, em Vannes, na região da Bretanha.
Caso condenado, Le Scouarnec pode pegar uma pena de 20 anos de prisão. Preso desde 2020, ele já cumpre outra pena de 15 anos, após ser condenado pelo estupro e agressão sexual infantil, contra sua vizinha de apenas seis anos, duas sobrinhas e uma paciente, na época, com quatro anos.
Nas primeiras investigações, policiais encontraram na casa de Le Scouarnec diários eletrônicos que narravam décadas de abuso, bonecas sexuais e pornografia infantil. Porém, esses foram apenas os primeiros indícios de uma série de estupros. Ele ainda responde por agressões sexuais contra 158 homens e 141 mulheres.
As vítimas estavam anestesiadas no momento do crime. Mas segundo investigações, mesmo anestesiadas, elas apresentavam quadro de estresse pós-traumático.
A conduta criminosa do médico iniciou em 2005, logo após receber uma pena suspensa de quatro meses de prisão por posse de pornografia infantil. Mesmo com o histórico, ele continuou a exercer a profissão, como cirurgião no hospital público de Quimperle no ano seguinte. O seu comportamento também foi relatado pela gerência da ala psiquiatra do hospital em 2006. Porém, ele continuou a atender crianças, o que resultam em críticas contra o sistema público de saúde da França.