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Mães reclamam do atendimento de pediatria nos postos de Saúde de Nova Petrópolis

05/06/2024 - 10h51min

Atualizada em 05/06/2024 - 11h16min

Juntos, pediatras atendem 100 horas semanais (CRÉD. DIVULGAÇÃO)

Demora no atendimento e falta de fichas são as principais críticas

GIAN WAGNER BAUM

Nova Petrópolis – Muitas mães estão reclamando do atendimento dos pediatras em Nova Petrópolis. Além da reclamação constante de que não há pediatria no plantão do Hospital Nova Petrópolis, que atende aos finais de semana quando os postos de saúde estão fechados, elas falaram sobre o pouco número de ficha, principalmente quando é um caso mais urgente. “No [posto] do centro, que é aonde nós vamos, tem horário pra retirar fichas, ok. Mas das vezes que precisamos, ao invés de ter duas pediatras, só tinha uma. Não fica claro o que acontece. Como assim, e a outra?”, questiona a mãe Bianca.
Outra mãe, Carolina, alega que o ninguém queria atender. “Nós já passamos por situações assim também, com o meu pequeno. Duas vezes precisamos de atendimento e não queriam nos atender, com a história de que não havia fichas. Em uma dessas vezes ele estava com febre, então passaram para triagem e viram que realmente ele precisava de atendimento. Eram 14h30 da tarde e não queriam mais atender! Um absurdo total!”, conta a mãe.

MÃE BATE À PORTA DE MÉDICA PARA PEDIR ATENDIMENTO – Já a mãe Scheila foi além. Mãe de dois filhos, ela recusou não ser atendida e foi até o consultório pedir o atendimento para a sua menina. “Tenho dois filhos e eles ficaram doentes bem próximos. No início de maio o Léo consultou no posto com o pai, sem queixa. Dois dias depois, a Malu ficou ruim e eu esperei até outro dia para ver se melhorava, o que não ocorreu. Dei almoço para os dois, não fizeram soneca e chegamos no posto 14h30. Para minha surpresa, a enfermeira Danuza disse que não havia mais ficha para pediatra. Expliquei que minha filha de um ano estava mal, prostrada, tosse e até febre havia feito, e ela sugeriu clínico, que eu disse que seria igual a nada e preferiria ficar sem consultar”, conta a mãe que saiu do posto e passou uns minutos na praça com a criança. “Tive a brilhante ideia de ir ao posto e bater na porta de algum pediatra, porque para casa sem consultar eu não iria voltar, já que é um perrengue para a gente e no outro dia ia chover. Fui ao posto quase 16h30, perguntei se tinha ficha para a mesma enfermeira, ela disse que não. Então subi. Estava aguardando a Eggi, mas ela estava com um caso demorado e depois chegou um paciente para ela, o que não entendi porque já não tinha mais ficha. Foi então que bati na porta onde estava a Agatha, ela demorou um pouco a abrir. Quando abriu fez cara de susto e perguntei podes atender minha filha. Ela perguntou se não havia passado lá na recepção e eu disse que sim, por duas vezes, e haviam me dito que não havia ficha, porém eu não voltaria para casa com aqueles sintomas”, relata a mãe. A médica atendeu a Malu, que estava com infecção nos ouvidos e a garganta vermelha. “Imagina se não insisto para o atendimento? Ela estava com infecção de ouvido!”, diz a mãe.

Dois pediatras por turno, diariamente – Diz Prefeitura
O secretário de Saúde, Martin Wissmann, informou que atualmente existem quatro médicos pediatras trabalhando em Nova Petrópolis, sendo uma delas com carga horária de 40 horas semanais e três com 20hs semanais. Eles atendem no posto do Centro, com dois pediatras por turno. “Excepcionalmente semana passada (27 a 31 de maio) tivemos um pediatra que se encontrava de férias e um pediatra que ficou doente e, portanto, estava afastado das funções laborais por esse motivo”, diz o secretário. “Os profissionais pediatras atendem em média 11 crianças por profissional por turno, somando uma média de 44 crianças atendidas por dia somente na UBS do Centro. Ainda disponibilizamos atendimento pediátrico na UBS Piá e na UBS Vila Germânia”, explica. “Importante ressaltar que o acesso a esse profissional, contrariando fluxos e prerrogativas do Ministério da Saúde, é por livre demanda diária e sem a necessidade de encaminhamento do clínico geral da ESF para a especialidade”, diz Wissmann.

 

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