Polícia
MAIS QUE VÁRIOS ROUBOS A BANCOS: em Dois Irmãos, vítimas perderam R$ 2,2 milhões em golpes aplicados pelo celular em 2023
Em Dois Irmãos estão sendo registrados quase dois casos por dia
Por Cleiton Zimer
Dois Irmãos | Cada vez mais ter acesso às redes sociais é comum para as diferentes classes sociais e idades. Se por um ladro isso facilita as relações interpessoais e os negócios, por outro cria um ambiente propício para a criminalidade.
O que move os bandidos é o ganho às custas dos outros. E, na mesma proporção que o dinheiro físico deixa de circular e migra para as transações instantâneas na palma da mão, os estelionatários também alocam seus ‘esforços’ nas novas modalidades apostando na ingenuidade da população – e arrecadando muito mais do que num assalto, por exemplo.
Afinal, para que se colocar em risco e se expor na rua se, agora, é possível aplicar golpes e extorquir através da tela de um celular? E mais, com muito mais facilidade de apagar rastros.
O resultado disso é que somente no ano passado a Delegacia de Dois Irmãos – que também responde por Morro Reuter – registrou 428 golpes, redundando em R$ 2.200.000,00 de prejuízo para as vítimas.
Financiamento para organizações criminosas
“Muitas vezes nem roubando um banco uma quadrilha consegue 2 milhões de reais”, explica do delegado Felipe Borba. De acordo com ele, parte considerável dos ganhos destas práticas acaba justamente financiando organizações criminosas.
Casos mais comuns
Dentre os casos mais recorrentes está o golpe dos nudes, falso parente ou amigo, terceiro intermediário em negócios com veículos, investimentos, boletos adulterados – ou seja, tudo pelo celular. Aquele antigo golpe do bilhete premiado, por exemplo, já é coisa rara de se ver.
“No ano passado uma pessoa caiu em golpe envolvendo promessa de ganhos em investimentos no valor de R$ 80 mil.”
São quase duas vítimas por dia, fora as que nem sequer registram.
Em estado de alerta
O levantamento feito na delegacia demonstra o quanto os criminosos estão se dedicando cada vez mais às práticas, aperfeiçoando-se e escolhendo com critério suas vítimas. “E também como as pessoas estão sendo muitas vezes extorquidas, enganadas.”
Orientações do delegado:
– Jamais liberar um objeto que vai ser comercializado sem ter certeza que entrou dinheiro na conta;
– Não se contentar com a apresentação de algum comprovante, porque pode ser falso, ou transferência agendada;
– Ter cuidado quando for pagar qualquer tipo de conta porque boletos podem ser falsificados, adulterados;
– Nos golpes de um intermediário num negócio, verificar se a pessoa beneficiária da transferência é com quem está tratando. Evitar qualquer tipo de negócio com a figura de um terceiro;
– Em relação ao golpe dos nudes ou semelhantes, importante não efetuar qualquer pagamento. E eventuais conversas em tons ameaçadores recomenda-se que sejam bloqueadas, encerradas as conversas porque qualquer tipo de manifestação por parte da vítima vai fazer com que os criminosos incrementem a história e pratiquem de maneira mais convincente ainda o estelionato;
– No falso amigo, ou parente, se certificar que é a pessoa.