Região

Meio Ambiente de Ivoti resgata aves e alerta para o tráfico de animais silvestres

22/12/2025 - 16h28min

Ivoti – A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMA) de Ivoti recebeu recentemente três psitacídeos  (grupo que inclui papagaios, araras e caturritas) oriundos de resgates e entregas voluntárias feitas pela comunidade. As aves, comumente alvo do tráfico de animais silvestres, receberam os cuidados iniciais e foram encaminhadas ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Ibama, em Porto Alegre, onde passam por avaliação técnica e legal.

Entre os animais acolhidos está uma caturrita (Myiopsitta monachus) adulta, entregue de forma voluntária após ser encontrada abandonada em uma residência vizinha. Também foi resgatada uma arara-canindé (Ara ararauna), localizada em uma árvore na Rua do Grotão, no bairro Picada 48 Alta, com apoio do Corpo de Bombeiros, no último sábado (20). A ave possuía anilha numerada, porém não foi possível identificar o responsável pelo registro. Já um papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) apareceu espontaneamente na casa de uma moradora da Rua Goiás, no bairro Cidade Nova.

A Secretaria alerta que a presença de anilha não garante, necessariamente, a legalidade da ave. Há registros frequentes de anilhas falsificadas ou desvinculadas do sistema oficial, prática comum associada ao tráfico de fauna silvestre.

Durante o período em que permaneceram sob responsabilidade da SMA, os psitacídeos receberam alimentação adequada, à base de frutas e sementes específicas, e ficaram em local provisório, conforme orientação técnica. A pasta reforça que alimentos destinados ao consumo humano, como pães, doces, salgados e produtos industrializados, são prejudiciais à saúde das aves e podem provocar doenças hepáticas, renais e digestivas.

Tráfico, impactos ambientais e legislação

O tráfico de psitacídeos segue ocorrendo devido à beleza, inteligência e capacidade de vocalização dessas aves. A retirada de filhotes dos ninhos provoca o chamado imprinting, quando o animal passa a reconhecer o ser humano como referência parental, comprometendo seu comportamento natural e reduzindo as chances de reintegração à natureza. Em muitos casos, essas aves acabam permanecendo de forma permanente em centros de triagem, zoológicos ou criadouros conservacionistas, o que gera impactos à conservação das espécies e custos ao poder público.

A captura, posse, transporte, comercialização ou compra de animais silvestres sem autorização é crime ambiental, conforme a Lei Federal nº 9.605/1998, sujeita a multa e detenção. A SMA reforça que manter um animal silvestre em casa não significa salvá-lo, mas sim fortalecer uma cadeia criminosa que causa sofrimento animal e perda de biodiversidade.

Orientações à população

A Secretaria de Meio Ambiente orienta a comunidade a não capturar, comprar ou manter aves silvestres, mesmo quando aparentem estar abandonadas. Casos suspeitos de tráfico, comércio ilegal ou manutenção irregular devem ser denunciados, e situações de resgate, entrega voluntária ou aparecimento espontâneo de animais devem ser comunicadas à SMA para o encaminhamento correto.

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