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Menino de 2 anos mata a mãe com arma do pai em Rio Verde (MS); polícia investiga negligência do pai

15/06/2025 - 11h25min

Arma usada no disparo que acertou Déborah Rodrigues Monteiro

Uma tragédia familiar abalou o município de Rio Verde de Mato Grosso, no interior do estado, na noite da última sexta-feira (13). Uma criança de dois anos disparou acidentalmente uma arma de fogo e matou a própria mãe, Déborah Rodrigues Monteiro, de 27 anos, dentro de casa. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio culposo — quando não há intenção de matar — e também apura omissão de cautela na guarda de arma de fogo, uma infração prevista no Estatuto do Desarmamento.

Segundo informações da polícia, a arma usada foi uma pistola Glock 9 mm, registrada e de posse legal do pai da criança, um produtor rural. O armamento estava sobre uma mesa na varanda da residência, destravado e ao alcance do menino, quando o disparo ocorreu. Câmeras de segurança instaladas no imóvel registraram o momento em que o menino pegou o revólver e, ao manuseá-lo, efetuou o disparo que atingiu a mãe no braço e no tórax.

A mulher chegou a ser socorrida e encaminhada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu pouco tempo depois. A arma foi apreendida com um carregador contendo 19 munições, sendo uma deflagrada, além de munições de diferentes marcas.

O pai da criança foi ouvido pela Polícia Civil e liberado em seguida, mas deve responder pelos crimes em liberdade. A investigação trabalha com a hipótese de negligência na guarda da arma, o que configuraria a omissão de cautela prevista no artigo 13 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003). A tipificação penal pode incluir ainda homicídio culposo, conforme artigo 121 do Código Penal.

O caso gerou grande comoção na cidade de pouco mais de 20 mil habitantes. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha a situação do menino, que deverá passar por avaliação psicossocial. A criança está sob os cuidados de familiares e o caso será encaminhado à Justiça da Infância e Juventude.

A Polícia Civil segue analisando as imagens e documentos da ocorrência, e ainda aguarda laudos periciais para concluir o inquérito. Segundo os investigadores, a principal linha de apuração reforça que o disparo foi acidental, mas a responsabilidade do proprietário da arma será apurada com rigor.

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