Moradora de Ivoti completa o Caminho de Santiago de Compostela com mais de 200 km

A ivotiense caminhou 220 km até a chegada na Catedral

Dorli Maria Shallenberger Jachs, moradora de Ivoti e voluntária de longa data na APAE, realizou recentemente o sonho de completar o Caminho de Santiago de Compostela, um desejo que guardou desde a juventude. A caminhada, que percorre Portugal até a Catedral de Santiago, na Espanha, coincidiu com a celebração de seus 60 anos, tornando-se um marco inesquecível em sua vida.

Ex-microempresária, Dorli é mãe de dois filhos, Ramon e Alicia, e está prestes a comemorar 40 anos de casamento com Cláudio Jachs neste mês. Além de suas responsabilidades como dona de casa, ela se dedica ao voluntariado, especialmente no brechó da APAE de Ivoti, onde atua há mais de uma década.

Sonho de juventude

A paixão de Dorli pelo Caminho de Santiago começou aos 15 anos, quando ouviu falar pela primeira vez da peregrinação durante a catequese. Um casal compartilhou suas experiências no Caminho Francês, o que despertou nela o desejo de realizar a famosa jornada. Por 45 anos, Dorli manteve vivo esse sonho, estudando sobre a rota que, em vários momentos, reapareceu em sua vida.

Embora inicialmente tivesse mais conhecimento sobre o Caminho Francês, a moradora de Ivoti se encantou pelo Caminho Central Português após ser apresentada a ele pela jornalista Andrea Prestes. “Ao conhecer o caminho através da jornalista Andrea Prestes, eu me apaixonei”, relatou Dorli. Depois disso, ela decidiu seguir essa rota. Seus planos, no entanto, foram adiados pela pandemia, mas, em setembro de 2023, ela finalmente conseguiu organizar a viagem.

A jornada

Dorli viajou sozinha desde o Brasil, contando com o apoio de uma empresa especializada para organizar sua peregrinação, o que deu a garantia de que a experiência fosse vivida exatamente como sempre sonhou. A caminhada iniciou-se no dia 30 de agosto, e, durante o trajeto, ela celebrou seu aniversário, completando 60 anos enquanto realizava o maior sonho de sua vida.

Apesar das dificuldades típicas da jornada, como a chuva em alguns dias, Dorli descreveu a experiência como “abençoada”. “Foi realmente abençoado o meu caminho, porque não tive bolhas nos pés e não senti cansaço. Eu estava psicologicamente preparada para as dificuldades e estive presente em cada passo que dei”, afirmou. Para ela, a jornada foi uma comemoração da paz em sua vida e de seu aniversário. “Foi uma celebração da minha vida”, disse Dorli.

No total, ela percorreu 220 km a pé, com uma média de 20 km diários, desde Porto, em Portugal, até a Catedral de Santiago de Compostela, na Espanha. Ela destacou as diferenças entre os trechos dos dois países. Enquanto Portugal oferecia um ambiente mais festivo, com sinos de igrejas tocando para os peregrinos, a Espanha, trouxe um clima mais introspectivo e melancólico, com paisagens mais austeras e pouca vegetação.

Chegada na Catedral

Ao chegar à Catedral de Santiago de Compostela, Dorli descreveu a emoção de finalmente realizar seu sonho e receber a Compostela, o certificado de conclusão da peregrinação. “Fiquei muito emocionada quando peguei a Compostela. Foi algo bem diferente, que eu não esperava. Ver o bota-fumeiro balançando dentro da catedral me marcou profundamente”, relatou.

Durante a experiência, Dorli aprendeu a importância de viver com mais tranquilidade. “Percebi que posso fazer as coisas com mais calma, que não preciso correr”, concluiu.

Ela deixa uma mensagem de motivação. “Priorize-se, e se você tem um sonho, não importa quanto tempo demore, vá atrás e realize”, finalizou.