O hobby que virou negócio: Marco Stoffel apostou na criação de carpas ornamentais a 2km do centro de Dois Irmãos

Depois da aposentadoria, o ex-gerente de manutenção da Wirth investiu na paixão pelos peixes

Por Nicole Pandolfo

Dois Irmãos – No bairro Vila Rosa, Marco Antônio Stoffel, 67 anos, aproveita os seus dias de aposentadoria na terra onde ele e seus irmãos nasceram e cresceram, numa época em que chaminé da antiga olaria do pai e do avô ainda expelia fumaça.

Mas em vez de trabalhar na fábrica de tijolos, aos 14 anos Marco foi trabalhar na fábrica de calçados Wirth. Desde o primeiro cargo como forrador de calçados, 33 anos da sua vida se desenrolaram na empresa cujo dono, seu João Arlindo Wirth, ele considerava como segundo pai: “Em 1975 eu ia sair [da empresa], mas o seu Arlindo me ofereceu um curso de mecânica, numa fábrica em Novo Hamburgo”, conta Marco. Durante meses ele aprendeu o ofício de maneira prática na cidade vizinha, com os custos pagos pelo chefe. De volta para a Wirth, Marco assumiu a manutenção das máquinas da empresa e, em 2003, quando se aposentou, saiu deixando o setor da mecânica estruturado com uma equipe de 16 funcionários.

Uma oportunidade de negócio

Entre serviços de manutenção que prestava de maneira independente depois da aposentadoria, Marco aproveitava o tempo com a criação de peixes que ele tinha como um hobby desde o tempo da fábrica de calçados. Em uma das primeiras edições da Fest Feira, em Dois Irmãos, expondo exemplares de carpas ornamentais, Marco notou o interesse do público pela beleza dos animais que eram propriedade do amigo com quem compartilhava o gosto pela piscicultura. Os dois viram aí uma oportunidade de negócio que transformaria o hobby em uma empresa de destaque regional no setor de criação e venda de peixes: a Piscicultura Águas da Olaria.

Referência em piscicultura

Marco exibe com orgulho mais de 50 tanques no terreno perto da sua casa no Bairro Vila Rosa. Eles acomodam não somente as famosas carpas nishikigoi – que encantam pela exuberância das cores e padrões – mas também outras espécies para aquário e nativas. Mas ele conta que o início do negócio foi difícil: “Nos primeiros anos nós passamos um pouco de dificuldade, porque haviam carpas coloridas, mas só vermelha ou esbranquiçada.” O aperfeiçoamento genético trouxe uma variedade de cores que valorizaram o preço dos peixes e isso era uma novidade para o público. Hoje, os peixes criados no bairro Vila Rosa são vendidos para Santa Maria, Bagé, Marau, cidades do litoral e até mesmo em Santa Catarina.