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O INVERNO CHEGOU: Frio intenso e possibilidade de neve estão no horizonte para a RS

20/06/2024 - 10h26min

Frio deve predominar e será preciso reforçar os casacos no inverno. Foto: Nadine Dilkin

APÓS MAIS DE UM ANO DE CHUVAS, LA NIÑA DEVE TRAZER SECA AO ESTADO

Às 17h50 de hoje marcam o início oficial do inverno astronômico, uma estação que traz consigo uma série de mudanças no cotidiano. É chegada a hora de se aquecer com café, de ver a queda das folhas dos plátanos típicos da região e de tirar as roupas mais quentes do armário.

O inverno é o período em que a natureza e as rotinas se adaptam ao frio, e as previsões climáticas para este ano indicam um inverno particularmente rigoroso. O chefe da Estação de Meteorologia de Campo Bom, Nilson Wolff, faz um panorama detalhado do que esperar nos próximos meses.

Segundo Wolff, a tendência para este inverno é de temperaturas abaixo da média histórica, especialmente nos meses de julho e agosto. “A previsão é de que as temperaturas médias fiquem um pouco abaixo do normal histórico, com o frio predominando. A expectativa é que o fenômeno La Niña comece a atuar com mais intensidade, trazendo um ar mais seco e frio”, explica.

Essa influência do La Niña, que deve se intensificar a partir do final de junho, altera significativamente o padrão climático, resultando em menos chuvas e mais frio. “Estamos vendo os últimos efeitos do El Niño, que está favorecendo a ocorrência de chuvas mais volumosas. A partir de julho, o La Niña começará a influenciar nosso clima, trazendo períodos de ar seco e frio”, acrescenta o meteorologista.

Apesar do frio iminente, as chuvas recentes e volumosas ainda são reflexos do final do fenômeno El Niño. “O outono terminou com enchentes, e o primeiro dia do inverno também começa com enchentes, embora de menores proporções. O importante é que estamos vendo uma transição para um período de menos chuvas”, explica Wolff.

Em relação às chuvas. Wolff acredita que os grandes volumes como os que atingem o Estado nesta semana devem ficar para trás. “A tendência é que estas sejam umas das últimas chuvas volumosas do El Niño. Gradativamente, devemos ver uma redução nas precipitações e um aumento no frio, com o predomínio do ar seco”, detalha

INVERNO CLIMÁTICO E ASTRONÔMICO

Wolff também esclarece a diferença entre o inverno climático e o astronômico, destacando a importância de ambos na compreensão do clima. “O inverno climático começa em 1º de junho e inclui os meses de junho, julho e agosto, que são os mais frios do ano. Já o inverno astronômico, vinculado à astronomia, começa em 21 de junho, no solstício de inverno, quando temos o dia mais curto e a noite mais longa do ano”, disse ele.

A primeira quinzena de junho deste ano foi a mais quente em 30 anos, mas a tendência é que os próximos meses compensem esse calor com temperaturas mais baixas. “Quando temos um início de inverno quente, geralmente os meses seguintes compensam com mais frio”, comenta. Ele ainda acrescenta que a primeira quinzena de maio foi muito quente, enquanto a segunda quinzena de maio, já chegando ao inverno climático, registrou temperaturas um pouco abaixo da média.

EXPECTATIVA PELA NEVE

Para os amantes da neve, as notícias também são promissoras. Wolff explica que, com as condições climáticas previstas, há chances significativas de episódios de neve neste inverno. “Existe uma chance de termos episódios de neve, especialmente nos meses de julho, agosto e até setembro. Historicamente, após períodos de enchentes, como o que estamos vivendo, há registros de grandes episódios de neve”, destaca.

Ele menciona anos anteriores em que grandes nevascas ocorreram após enchentes, como em 1965 e 1941. “Em 1965, a neve atingiu grande parte do estado, incluindo áreas baixas como Santa Cruz e Santa Maria. Pode ocorrer novamente este ano, seguindo o padrão histórico”, observa.

IMPACTO DOS FENÔMENOS CLIMÁTICOS

Além das previsões locais, Wolff destaca a influência global de fenômenos como El Niño e La Niña. “O El Niño trouxe mais chuvas para o sul e menos para o nordeste do Brasil. Agora, com a transição para La Niña, esperamos um período mais seco e frio, que pode até resultar em seca no segundo semestre”, alerta.

Essa transição climática pode ter impactos significativos em diversos setores, desde a agricultura até a indústria. “A localização geográfica do Rio Grande do Sul nos coloca em uma posição suscetível a essas variações climáticas, podendo ocorrer tanto períodos de muita chuva quanto de seca”, explica.

Para os próximos dias, o meteorologista prevê uma continuidade das chuvas até o meio da próxima semana, seguida pela entrada de um ar mais frio, característico do inverno. “Nesta quinta-feira ainda há chances de chuva, e o tempo deve limpar no sábado. No domingo, teremos mais chuva, mas a partir da próxima semana, espera-se a chegada dos primeiros frios intensos da nova estação”, finaliza.

 

 

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