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O histórico Salão Holler já está na segunda fase de restauro

03/12/2025 - 08h02min

Atualizada em 03/12/2025 - 11h50min

O Salão Holler teve papel especial no desenvolvimento urbanístico de Ivoti

Localizada no centro de Ivoti, o histórico Salão Holler não tem data precisa de construção, mas acredita-se que tenha sido construída no século 19. Além de servir como moradia, era um salão de baile e, posteriormente, foi transformado em fábrica de tamancos e selas. A casa foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), em 2014, após denúncias sobre planos de demolição do prédio e hoje pertence ao município de Ivoti.

Com o tombamento do Salão Holler, a administração municipal realizou um levantamento cadastral de danos e a obra foi dividia em etapas: a primeira foi emergencial para restauro do que estava em risco como o telhado e parte elétrica. A segunda etapa é a restauração das esquadrias e as da fachada frontal devem ser instaladas nos próximos dias. Segundo o Presidente do Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Ivoti, Daniel Wagner, essa fase já está com empresa contratada e os serviços estão andando dentro do prazo previsto. “A ideia de trabalhar por etapas ajuda bastante, porque cada fase exige cuidados bem específicos e precisa estar tecnicamente bem resolvida antes de passar para a próxima. A terceira etapa prevista é a execução do assoalho e os reforços internos necessários para consolidar a estrutura e deixar o prédio preparado para receber o uso futuro com segurança e desempenho adequados”, disse Wagner.

Ele destacou também os obstáculos enfrentados em obras como essa, que precisam de um cuidado ainda mais especial por ser um prédio histórico com tombamento estadual. “Tudo precisa passar por trâmites e aprovações junto ao Estado. Isso naturalmente deixa o processo mais burocrático e, às vezes, mais lento do que em uma obra comum. Além disso, é preciso compatibilizar exigências atuais com o cuidado de preservar as características originais, o que pede mais estudo e mais cautela nas decisões. E também existe a questão prática da contratação: nem sempre é fácil encontrar empresas e mão de obra realmente capacitadas para restauro, o que reduz a oferta de fornecedores e pode impactar prazos e custos”, afirmou. A obra ainda não tem data de entrega, mas a expectativa é de que, quando finalizada, o Salão Holler possa atender diferentes usos. “A proposta é entregar um prédio consolidado, seguro e versátil, e na sequência ajustar o layout e a operação conforme a decisão final do uso”, destacou o presidente.

Prédio histórico

O historiador e Secretário do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (COMPAHC), Cristiano Enrique de Brum falou sobre a importância do Salão Holler, “é a maior edificação enxaimel que possuímos, como fica na área central da cidade não apenas acompanhou o desenvolvimento da cidade, mas foi parte deste desenvolvimento. Ali teve uma fábrica de artigos de couro e sapatos, além de salão de bailes e hospedaria. A casa teve papel especial no desenvolvimento urbanístico, pois a partir dela as primeiras quadras da vila foram urbanizadas”, ressaltou. Ele também reforçou que, além da importância econômica, é um espaço afetivo para muitas gerações.

Cristiano reforçou ainda que, para além do engajamento do poder público e órgãos de preservação, o patrimônio cultural pertence a todos. “A manifestação da sociedade civil e o debate público sobre o tema é essencial para acelerar as obras, assim como permitir uma maior qualidade sobre o resultado do restauro. Uma vez restaurado, o Salão Holler poderá alterar a dinâmica e os usos da área central da cidade, favorecendo o uso cultural e noturno da área central, aumentando as atividades nesta área da cidade”, concluiu o historiador.

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