Região
Padre Paulo Wendling lança o livro “Do Altar Para a Vida!”

Padre, cuja família reside em Dois Irmãos, é autor de outras oito obras
Por Mauri M.T.Dandel
Dois Irmãos – O Padre Paulo Wendling lançou mais um livro, chamado “Do Altar Para a Vida!”, onde aborda seus seus 70 anos de idade, completados no último dia 31 de dezembro.
Esta obra é um fiel retrato da vida e ação pastoral do Pe. Paulo Wendling e marca a celebração dos 70 anos de sua vida e dos 44 anos de sua Ordenação Presbiteral.
Conforme o texto da obra, o padre é “um homem e um presbítero forjados na simplicidade e humildade da Igreja.
A OBRA
A obra apresenta relatos e experiências de superações e frustrações. O título provém das práticas deste presbítero, que associa fé e vida, testemunhando que estas não estão apenas na Palavra de Deus proclamada no altar, mas sim, pautada no serviço aos irmãos(ãs).
SOBRE O LIVRO
Ao longo desta obra, serão encontradas reflexões ao retrocesso da Igreja, por colocar, no centro, as práticas devocionais e vestes talares, que engessam a comunidades impedem a vivência do Evangelho a serviço da vida. O intuito do autor é apontar cami nhos que possam levar a ações que desafiem as atuais práticas e tornem realidade a “Igreja em saída” que Papa Francisco nos pede.
O Presbítero mostra que Jesus está presente no meio de nós. Assim como Jesus, que abraça os pequeninos, cura e abençoa os doentes, o autor tem a certeza de que Jesus continua caminhando e pedindo que façamos o mesmo. Para isso é necessário descer do altar, para dedicar-se, com predileção, aos esquecidos da nossa religião: indefesos, oprimidos, doentes, etc..
O “amor de Cristo nos impele” (2 Cor. 5,14) a sermos missionários(as), pelo testemunho da caridade, agindo como sinais do seu amor no mundo.
PREFÁCIO
Quando olhamos para Hipócrates, considerado o pai da medicina, (460-377 a.C.) vemos que na Grécia já havia templos: sanatórios que acolhiam doentes e estes encontravam a cura de suas enfermidades. Contudo, os doentes da Galileia não tinham como empreender viagens longas, nem sequer o dinheiro para usufruir destes benefícios. O tratamento era dispendioso e fora do alcance dos pobres. Alguma semelhança com os doentes menos favorecidos de hoje?
O povo pobre tem dinheiro para pagar consultas, exames e remédios? Além do mais, já fala o evangelho: “Havia uma mulher que por doze anos sofria de hemorragia e tinha gasto toda sua fortuna com médicos, sem que alguém conseguisse curá-la.” (Lc 8,43). O que Jesus fez diante dessa realidade? O que nós fizemos diante da nossa realidade? Há um abismo entre nossa ação e a ação de Jesus. Milhares de pessoas chegam a mim narrando a mesma história: “Já gastei tudo o que podia e estou cada dia pior, o senhor é minha última esperança.” Jesus não espera pelo SUS, pelas UPAS e pelos hospitais. Ele age e convida mais trabalhadores para a messe. Nós continuamos a formar e dar “ordens” para que as pessoas fiquem, cada vez mais, ao redor do altar…
Os evangelhos estão recheados de relatos de curas realizadas por Jesus. Até o historiador Flavio Josefo dá seu testemunho: “…apareceu Jesus um homem sábio, que foi autor de feitos assombrosos…”. O que percebemos na ação de Jesus, não é uma busca pela causa da enfermidade mas, ao contrário, criar no doente uma relação de acolhida para que perceba que Deus não o abandonou.
JESUS
Jesus usa recursos da natureza, ou até mesmo, técnicas empregadas por outros curadores da época. Usa saliva, as mãos, o barro, a água, o azeite e sua palavra. Jesus se aproxima, toca o doente, não tem medo de contaminação. Depois da ressurreição Jesus deixa que Tomé toque em suas feridas e ele faz sua profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,24-29).
DOENTES
Os doentes também tocam em Jesus e em suas vestes e a fé sempre é enaltecida: “Filha a tua fé te salvou! Vai em paz e fica livre da tua doença.” (Mc 5,34).
O olhar de Jesus é de compaixão e de acolhida, e não de medo ou exclusão. O olhar e os gestos de Jesus são o olhar e os gestos de Deus. (Página 64-65).