Região
“Para atual gestão, esse projeto de lei é um retrocesso e fere autonomia do Executivo”, diz secretário de Estância Velha sobre regulamentação do Kerb
Por Geison Concencia
Estância Velha – No início desta semana, Câmara e Prefeitura se reuniram para discutir um projeto: a regulamentação do Festival do Kerb. Contudo, a nova lei enfrenta oposição por parte do Executivo, que defende sua autonomia para realizar eventos, conforme a lei orçamentária aprovada no ano anterior. Além disso, a secretaria aponta riscos de se fixarem regras que, no futuro, precisem ser adaptadas para viabilizar o evento.
Durante a Comissão Parlamentar Fiscalizatória, estiveram presentes o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Gabriel Berlitz, e a chefe do Departamento de Turismo, Larissa Mentz, que explicaram como funciona o processo de estruturação do Festival do Kerb, considerado o maior evento do município. Segundo Berlitz e Larissa, a organização se baseia em diálogo com diferentes grupos e entidades, a fim de alcançar um denominador comum, apesar das eventuais críticas que podem ocorrer.
“O Kerb é o maior evento do município e é construído por muitas mãos. Não sou eu, Gabriel, quem o realiza. Unanimidade nunca haverá, mas recebemos muitos elogios pelas diversas ações que aprimoramos e, também, críticas. Isso é normal na gestão pública. Dentre os 50 mil habitantes, buscamos abranger o máximo de público possível”, comentou Berlitz.
O secretário explicou ainda que existem variáveis que precisam ser ajustadas para atender às necessidades do evento no momento em que está sendo organizado. Segundo ele, várias questões devem contemplar demandas específicas, o que exigiria emendas ao projeto.
“Um evento tem muitas variáveis: clima e circunstâncias do momento. Sempre buscamos dar o nosso melhor, assim como outras gestões. Tenho certeza de que este ano foi melhor que o anterior. Se começarmos a engessar com emendas, como fixação de horário, não haverá como mudar, retirando a autonomia do Poder Executivo e prejudicando a população, que participa do planejamento do evento.”
Berlitz foi objetivo em sua posição, alegando que o projeto, da forma como está, limita a possibilidade de inovar no evento: “Na atual gestão, esse projeto de lei é um retrocesso e fere autonomia do Executivo.”
O vereador Antônio Worst (PL), que preside a Mesa da Comissão Parlamentar Fiscalizatória, defendeu a ideia de limitar atrações nacionais que não se alinham à proposta do Kerb e geram alto custo para o município.
“Isso não se justifica. Como vou trazer um show que não se pagará? Em relação ao legado, com todo respeito, não haverá legado cultural e, em termos de turismo, muito pouco, justamente pela quantidade de pessoas que o evento comporta. Se tivéssemos capacidade para receber 50 mil pessoas, então seria possível, o que não é o caso.”
Na segunda-feira (14), uma reunião extraordinária foi realizada para debater o assunto com a comunidade. Entre as sugestões apresentadas pelos participantes, estão a defesa da cultura germânica e o predomínio das celebrações típicas.
