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Região

Policial militar salva bebê de engasgo em escola infantil de Dois Irmãos

16/08/2023 - 11h25min

Atualizada em 16/08/2023 - 11h30min

Sd. Führ, educadora Ana Cristina com Pietro, ed. Rafaela Ribeiro e coordenadora Vânia (FOTO: Cleiton Zimer)

Pietro se engasgou e a Sd. Führ foi correndo ajudar

Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Era fim de tarde da sexta-feira (11). A soldado Jocele Führ, 32 anos, estava na sala de operações da Brigada Militar (BM) e faltava uma hora para o fim do seu turno.

Mas aquele dia viria a ser diferente – e não terminaria tão cedo –, com uma ocorrência para marcar seus 11 anos de carreira: salvou um bebê, o pequeno Pietro de Lima Soares, 11 meses – que se engasgou na escola infantil que fica do outro lado da rua do quartel [na unidade Esperança da Fadi, situada na Av. Sapiranga, no bairro Industrial].

Era por volta de 17h30. As educadoras, ao ver a situação, realizaram a manobra de Heimlich; no entanto não conseguiram efetuar o desengasgo. “Quando vi que não estávamos conseguindo falei para buscarem ajuda na Brigada”, disse a coordenadora Vânia Caratti Hahn.

ÀS PRESSAS

A professora Cindel da Rosa foi correndo. Lá relatou o que estava acontecendo para Führ, que estava na função de rádio operadora. Não tinha muito tempo para pensar. “Chamei o estagiário para acionar o SAMU e solicitar a guarnição, enquanto acompanhei às pressas a professora até a unidade.”

Já estava sem forças para chorar

Ao chegar no local a policial encontrou Pietro com visíveis dificuldades para respirar. “Estava com vermelhidão na face, já sem forças para chorar, estando engasgado com o próprio catarro”, lembra. Naquele momento não havia mais muitas crianças no local. Todos estavam assustados.

Imediatamente iniciei a manobra de Heimlich, sendo expelido pela criança bastante catarro com um pouco de sangue, e ele conseguiu respirar melhor”, disse, relatando que fez o procedimento de três a quatro vezes na sala e, após, novamente na coordenadoria.

Depois de minutos de tensão, o alívio. Pietro voltou a si. “Até chegou a fechar os olhinhos, adormecendo após tanto esforço”, lembra Führ.

 A ida ao hospital no congestionamento de fim de expediente

Mesmo ele voltando, era urgente ir para o Hospital. E como, se naquele horário o trânsito é horrível?

Não podiam esperar. A coordenadora Vânia pegou o carro e a soldado Führ foi na carona com a criança, fazendo sinal e pedindo passagem. “Como fui dirigindo até lá, eu não sei relatar. Só sei que fui. A gente vai mais no instinto maternal de cuidar”, contou Vânia.

Foram conseguindo passagem no congestionamento. Chegaram ao Pronto Atendimento 24 horas do Hospital São José e entregaram Pietro aos enfermeiros que, imediatamente, iniciaram a aspiração.

Pensou no seu próprio filho

Soldado Jocele Führ estava na sala de operações no momento que foi acionada (FOTO: Cleiton Zimer)

Depois de salvar o bebê, Führ ainda ficou no hospital acompanhando os primeiros procedimentos. Ao ver ele bem, se deu conta de tudo que acontecera naqueles intensos minutos. “Na hora me mantive calma. Mas depois, quando tudo passou, caiu a ficha. E agradeci a Deus por tudo ter dado certo”, disse, ela que também é mãe de um menino de um ano e cinco meses. “Pensei muito nele”.

Führ conta que nos seus anos de atuação como policial militar nunca tinha feito a manobra, na prática, durante o trabalho. Somente uma vez com um sobrinho.

“MUITA GRATIDÃO”

Os pais Sabrina e Diego com o pequeno Pietro (FOTO: arquivo pessoal)

A mãe de Pietro, Sabrina Santos de Lima, 27, estava no Centro quando foi avisada. “Foi um susto quando ligaram do hospital falando do ocorrido, graças a Deus cheguei e estava tudo bem.” Naquele dia seu esposo, Diego Monteiro Soares, 28, buscaria o filho na escola por causa do Dia dos Pais. Mas tudo aconteceu antes dele chegar.

Passado o susto, o único sentimento é o de gratidão. “Ainda bem que tinha pessoas capacitadas no momento para isso. Muita gratidão a todos que fizeram o possível e o impossível para salvar meu filho.”

Calma como fator crucial

A coordenadora Vânia explicou que a Fadi proporciona cursos de primeiros socorros. “Tem essa preocupação de nos deixar preparados. Mas fazer o curso com um boneco é uma coisa, e estar ali, na hora da tensão, é bem diferente. O que se sente é inexplicável”, relatou, dizendo que nunca tinha passado por uma situação na prática.

Vânia disse que Führ foi crucial, trazendo calma e tranquilidade para conduzir a situação. “A gente que está no convívio quer ver eles bem, não quer eles passando por isso. E às vezes a gente perde o chão quando isso acontece, lidamos com o medo da perda; é com o filho dos outros, uma responsabilidade muito grande.”

A diretora administrativa da Fadi, Cassia Maldaner, reconheceu o trabalho de todos, tanto da policial como das educadoras, e explicou que as equipes recebem formação para cuidados de emergência. “Nós somos aquilo que amamos”

Pietro completa seu primeiro aninho na próxima semana, no dia 24 de agosto.

A soldado Führ foi acionada por uma professora na sala de operações da BM (FOTO: Cleiton Zimer)

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