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Região

Pré-colapso na saúde: fila por exames e consultas do Estado chega a 40 mil

16/06/2025 - 13h54min

Encontro realizado na última quarta-feira, dia 11, com prefeitos da região na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo

Levantamento da Amvag revela situação crítica em especialidades e exames. Prefeitos cobram soluções com urgência.

Imagine sofrer um acidente, fraturar o ombro, procurar atendimento pelo SUS em várias cidades e, por falta de vaga, entrar numa fila sem previsão de atendimento. Ou então conviver com o sofrimento diário de uma filha com câncer nos ossos, diagnosticada há um ano, e que desde outubro de 2024 aguarda pela primeira consulta com oncologista. Ou ainda, ver uma sobrinha com hérnia de disco sem conseguir atendimento, mesmo sendo um caso prioritário.

Essas histórias são reais e foram compartilhadas com angústia por prefeitos da Associação dos Municípios do Vale Germânico (Amvag), que se reuniram na última quarta-feira, 11, para discutir a crise no atendimento especializado de saúde, cuja responsabilidade é do governo do Estado.

Levantamento revela números alarmantes

Segundo levantamento da Amvag, apenas quatro especialidades (neurologia, oftalmologia, otorrino e ortopedia/traumatologia) concentram quase 26 mil pessoas na fila. Quando somados os exames — tomografia, ressonância magnética e mamografia — o número ultrapassa os 40 mil atendimentos represados.

Só oftalmologia e otorrinolaringologia somam cerca de 18 mil casos: 13,5 mil e 4,5 mil, respectivamente. Em neurologia, mais de 4 mil pessoas aguardam atendimento, sendo aproximadamente 1,3 mil crianças. Entre os exames, a fila para ressonância magnética já passa de 9 mil, seguida por mamografia, com mais de 2 mil.

Preocupação com o agravamento no inverno

“Os prefeitos estão desesperados, pois sofremos junto com nossa comunidade. Não temos como esperar inertes para que as coisas melhorem”, desabafa Gaspar Behne, presidente da Amvag.

Com a chegada do inverno e o aumento das doenças respiratórias, a situação pode se agravar ainda mais. Prefeitos relatam conhecer praticamente todos os casos em suas cidades e demonstram profunda preocupação com a falta de respostas do Estado.

Busca por soluções

A Amvag está solicitando audiência com a Secretaria Estadual da Saúde para discutir a situação e cobrar soluções imediatas. Enquanto isso, a fila cresce — e junto com ela, o sofrimento de milhares de pessoas que precisam de cuidado e dignidade no atendimento público.

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