Região
Quase 36% das exportações brasileiras aos EUA serão atingidas pelo tarifaço de Trump

O novo pacote tarifário do presidente norte-americano Donald Trump, que entra em vigor no próximo 6 de agosto, colocará sob pressão 35,9% das exportações brasileiras destinadas ao mercado dos Estados Unidos. Esse percentual, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), representa a fatia de produtos que passará a ser taxada com uma alíquota total de 50%.
A medida dobra o custo de entrada desses bens no mercado americano, somando uma sobretaxa de 40% à tarifa básica já existente de 10%. Entre os itens atingidos, estão café, carne bovina, produtos químicos e parte do setor de manufaturados, pilares da balança comercial entre os dois países.
O café brasileiro, que tem nos EUA um de seus principais destinos, perderá competitividade frente a fornecedores da Colômbia e do Vietnã. A carne bovina também está entre os produtos que terão seus preços elevados, com estimativa da Associação Brasileira de Frigoríficos de até US$ 1,5 bilhão em perdas anuais. Produtos químicos e manufaturados, incluindo maquinários e peças, completam a lista dos mais expostos à nova tarifa.
Apesar do peso do tarifaço, 44,6% das exportações brasileiras ficarão de fora da nova taxação, permanecendo com tarifas de até 10%. Outros 19,5% continuam sujeitos a taxas globais aplicadas pelos EUA, sem alteração significativa. Setores como aeronáutica, minérios, petróleo e fertilizantes foram poupados, aliviando parte da indústria nacional.