Região
Retomados encontros do Grupo Reflexivo na luta contra violência às mulheres em Dois Irmãos
O objetivo central é reduzir a reincidência nos casos de violência doméstica
Dois Irmãos – Na última quinta-feira (25), foram retomados os encontros do Grupo Reflexivo de Gênero, um projeto pioneiro de Dois Irmãos que visa abordar a questão da violência contra a mulher de forma consciente.
Resultado de uma parceria entre a prefeitura, a Secretaria de Desenvolvimento, a Coordenadoria da Mulher, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), Poder Judiciário e Promotoria Pública, o objetivo central do projeto é reduzir a reincidência nos casos de violência doméstica por meio de encontros reflexivos com homens que foram autores desses atos.
Diálogo e experiências
O terceiro encontro, de um total de seis, que iniciou em novembro, contou com a presença da assistente social e coordenadora dos grupos, Silvia Cristina Ferreira Maciel, o juiz da Comarca de Dois Irmãos, Miguel Carpi Nejar, a coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Claudete Fritzen, o sargento da Brigada Militar, Josiel Neves, além da presença, de forma online, direto do México, de Paulo Barboza, Coronel Wofe Seares e comandante da polícia de fronteira no México.
O coronel, que é brasileiro, falou sobre a criminalidade e o machismo em Tijuana, no México, destacando que em média 35 pessoas são mortas por armas de fogo por dia, e muitas delas são mulheres.
Paulo apresentou a conexão das situações de violência doméstica no México com o uso de drogas lícitas ou ilícitas, situação semelhante em Dois Irmãos, segundo o sargento Neves, que lembrou que na maioria dos casos de violência doméstica atendidos no município, os homens denunciados estavam sob o efeito de drogas.
O grupo Reflexivo
O Grupo Reflexivo de Gênero consiste em seis encontros que buscam sensibilizar os participantes sobre a não violência. Durante essas reuniões, profissionais de diferentes áreas são convidados para contribuir com o grupo, promovendo diálogo e esclarecimentos, proporcionando um ambiente propício para o compartilhamento de experiências.
O projeto funciona de forma integrada com a Lei Maria da Penha. Após a vítima de violência registrar ocorrência e solicitar medida protetiva, o agressor é intimado judicialmente, sendo obrigado a respeitar a distância e a participação nos encontros dos grupos reflexivos. A ausência do homem intimado em dois encontros configura o descumprimento da medida protetiva.