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Saiba o que esperar do clima em 2024 no Brasil e no mundo

05/01/2024 - 16h03min

Foto: NASA

Um prognóstico divulgado pela MetSul Meteorologia aponta que 2024 deverá ser mais um ano de muitos extremos climáticos no mundo, com o planeta enfrentando um período de aquecimento acelerado, após um 2023 que registrou o aquecimento mais intenso em 125 mil anos. Essa tendência, associada ao El Niño, que tem influenciado o clima global, levanta questões sobre o que esperar nos próximos meses.

O El Niño, responsável pelo aquecimento recorde em 2023, deverá enfraquecer, possivelmente até abril. No entanto, a incerteza persiste sobre o que ocorrerá em seguida. Modelos climáticos apontam para a possibilidade de neutralidade (sem Niño ou Niña) ou até mesmo La Niña no segundo semestre, com águas mais frias na região equatorial do Pacífico.

Em caso de retorno do La Niña, há o aumento do risco de episódios pontuais de frio intenso no inverno ou primavera, bem como de períodos de estiagem entre a primavera de 2024 e o verão de 2025. Contudo, conforme os prognósticos, é prematuro fazer estimativas precisas nesse momento.

A MetSul destaca que o fim do El Niño não significa o fim dos extremos climáticos, especialmente na região Sul do Brasil, onde tempestades severas, ciclones e enchentes podem ocorrer independentemente das condições do Pacífico.

Ainda que os modelos climáticos apresentem divergências sobre a transição para La Niña ou neutralidade, uma certeza é que 2024 será novamente um ano de temperaturas elevadas na Terra, com destaque para o Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde novas ondas de calor são esperadas. A dúvida reside em saber se será mais quente que 2023 globalmente.

Cientistas, como Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, estimam que as temperaturas de 2024 superarão os recordes de 2023. Entretanto, há ceticismo entre alguns especialistas, que observam o padrão típico de aumento de temperatura global após um El Niño.

As previsões do Met Office da Inglaterra sugerem que 2024 será outro ano de quebra de recordes de temperatura global, superando 2023, que, por sua vez, se encaminha para ser o ano mais quente já registrado. Espera-se um aumento de temperatura entre 1,34°C e 1,58°C em relação à média do período pré-industrial.

De acordo com Nick Dunstone, do Met Office, a previsão alinha-se com a tendência contínua de aquecimento global, impulsionada pelo El Niño. A expectativa é de dois anos consecutivos de recordes de temperatura global, com a possibilidade, pela primeira vez, de ultrapassar temporariamente 1,5°C, o limite estabelecido pelo Acordo de Paris. Esse cenário não configuraria uma violação do acordo, mas representaria um marco significativo na história climática.

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