Região
Tamanduá-mirim: animal típico da região sofre com atropelamentos e ataque de animais domésticos
Ivoti – O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) é um mamífero nativo encontrado desde a Venezuela até o Brasil. Apesar de ser uma espécie silvestre e habitante natural das florestas, não é incomum que esses animais sejam avistados em áreas urbanas, especialmente em locais que ainda preservam fragmentos de mata.
Características e hábitos
Com um porte que pode chegar a 105 centímetros de comprimento e um peso entre 5 e 10 kg, o tamanduá-mirim é facilmente reconhecido pelo padrão de sua pelagem, que faz com que pareça estar vestindo um colete preto. É conhecido pelo focinho alongado e pela língua fina e comprida, que pode alcançar até 40 centímetros de extensão. Essas características são fundamentais para sua dieta especializada em cupins e formigas, que ele captura utilizando suas garras longas e afiadas para escavar cupinzeiros e formigueiros. O mel também pode fazer parte de sua alimentação.
Apesar de serem animais solitários, os tamanduás-mirins podem ser encontrados tanto durante o dia quanto à noite. Os filhotes são transportados nas costas da mãe até atingirem independência. Na natureza, esses mamíferos são predados por felinos de médio e grande porte, como a jaguatirica e o puma.
Presença urbana e ameaças
Embora prefiram ambientes florestais, os tamanduás-mirins podem ser vistos atravessando campos e até mesmo ruas. Em Ivoti, por exemplo, um exemplar foi encontrado atropelado na Rua Tuiutí, próximo ao Buraco do Diabo, em 2022. Esse registro evidencia que a espécie está presente na região e pode ocasionalmente aparecer em áreas urbanizadas.
Infelizmente, a interação com ambientes urbanos coloca esses animais em risco. Entre as principais ameaças estão os atropelamentos, a destruição de habitats e os ataques de animais domésticos. Além disso, devido à sua movimentação relativamente lenta, são alvos fáceis para caçadores. No entanto, os tamanduás-mirins desempenham um papel ecológico fundamental, contribuindo para o controle natural de insetos e auxiliando no equilíbrio dos ecossistemas.
Curiosidades culturais
Além de seu papel ambiental, o tamanduá-mirim também tem um impacto cultural na história de Ivoti. O Núcleo de Casas Enxaimel, conhecido como Buraco do Diabo, recebeu esse nome devido a uma lenda envolvendo a espécie. No século XIX, os imigrantes alemães que chegaram à região desconheciam o animal. Conta-se que a sombra de um grande tamanduá assustou os colonos, que passaram a associá-lo a uma figura demoníaca, originando assim o nome do local.
Proteção e orientações
A SMA (Secretaria de Meio Ambiente) reforça que a população não deve tentar capturar tamanduás-mirins. Em caso de encontro com um animal ferido ou em perigo, é recomendável acionar a Secretaria ou outro órgão ambiental responsável. Criar animais silvestres como pets é proibido, pois além de comprometer sua saúde e bem-estar, pode representar riscos à transmissão de zoonoses, doenças transmitidas entre animais e seres humanos.
Para a convivência segura com a fauna local, a orientação é clara: se um tamanduá-mirim for avistado em uma área urbana e não estiver ferido ou oferecendo risco, o ideal é deixá-lo livre para seguir seu caminho. A preservação desses animais é essencial para o equilíbrio ecológico e para a manutenção da biodiversidade.
***FONTE: Divulgação PMIV