Terceira Idade: casal investe em qualidade de vida dedicando-se ao plantio em Presidente Lucena

Cândido Nascimento

Presidente Lucena – As últimas chuvas danificaram as plantações em diversos municípios da região e do Estado do RS, mas esse não foi o motivo para que Adroaldo Martins e a esposa Lucila Maria desistissem de fazer o que mais gostam, que é trabalhar na roça. O excedente do que plantam para consumo próprio eles comercializam.
Natural de Lajeado, Adroaldo morou em Cruzeiro do Sul e veio com Lucila e os filhos ainda pequenos para trabalhar e morar em Presidente Lucena em, 1983, e já completa 40 anos de residência no Município. São pais de Margarete Heilmann, 55, Marceli Medtler, 52 e Macemiliano Martins, 42.
Adroaldo começou a trabalhar como cortador de calçados na antiga Calçados Dilly, e ela trabalhou como cozinheira na época. No começo eles pagavam aluguel e algum tempo depois adquiriram o terreno onde moram. Como se criou em uma fazenda, desde pequeno ele já tinha experiência com criações e o trabalho duro no campo.
Antigamente era tudo a mão para lavrar. Mais recentemente ele adquiriu uma motoniveladora Buffalo, onde acopla uma grade rotativa para arar a terra. Martins destaca que conforme a s notas tiradas recebe em horas de máquina para lavrar a terra e em adubo, pelo pro in rural desenvolvido pela Prefeitura.

CRIANDO ANIMAIS E PLANTANDO

Adroaldo, após se aposentar, criou algumas cabeças de gado em parceria com o genro de Aroni Mossmann, o Marcos Michel. Anos mais Martins tarde compraria um terreno dele, que decidiu lotear uma área de terras, que também servia para deixar os animais e para plantio.
No terreno da família, em um pequeno espaço, ele e a esposa plantam feijão, feijão de vagem, milho, pepino para conserva, alface, couve, tempero verde, amendoim, alho, aipim e batata-doce, entre outros produtos. Um detalhe importante é que eles reaproveitam a água da chuva para molhar as plantas.
Ali no terreno da família existe uma grande variedade de chás: endro, boldo, graviola, tanchagem, quitoco, ora pro nobis, salvia, endro, cavalinha e outros. O chá da graviola cura câncer, destaca o produtor.
Ainda tem variedade de árvores frutíferas, sendo seis tipos de bergamoteiras e quatro de laranjeiras, caqui chocolate, pitaya, macieira, pitangueira, guabiju (mirtilo-brasileiro), e tem ainda uma parreira de uvas.
“Com o pouco tu faz muito, mas com o muito tu não faz nada. Tem que fazer tudo com amor e capricho. Estamos colhendo porque estamos sempre plantando”, destaca Martins. Estar no meio da natureza, mesmo morando na cidade não tem preço garante o casal. Eles não usam agrotóxicos. O ar puro e qualidade de vida com saúde é tudo o que as pessoas precisam, garantem.

Fundou o CTG Aroni Mossmann há 34 anos

Atual patrão do CTG do Município, tendo essa ligação com o meio rural e a lida com animais desde cedo, Adroaldo Martins teve a ideia de criar um centro tradicionalista no município. Na época, o seu gerente o chamou de louco, pela origem alemã do lugar.
Com a participação de 18 casais foi fundado o CTG em 1989, sendo feito uma votação e o nome escolhido foi de Aroni Mosmann, que era o diretor da escola Guilherme Exner na época e foi a primeira pessoa a incentivar as tradições gaúchas no município, ele trazia o professor Emílio Amaral de Ivoti para dar aulas de danças aos alunos. Hoje são cerca de 50 casais sócios da entidade.
Os primeiros ensaios aconteciam no prédio onde hoje funciona o Restaurante Dheinhaus. O terreno foi adquirido através de promoções. No início da década de 1990 a sede ficou pronta, com toda a infraestrutura que tem hoje.
O primeiro patrão foi o Nilvo Oliveira (Buiuca), e ele ficou entre seis e sete meses, e o Adroaldo era o vice-patrão e deu continuidade, ficando dez anos à frente da entidade tradicionalista.
Cristiano Schefer assumiu a patronagem e ficou dois anos de patrão, mas Martins assumiu mais uma vez como patrão e permanece até hoje. No local já foram feitos dois Juramentos à Bandeira, um casamento, eventos de sócios e é realizada a Sessão Solene da Câmara de Vereadores, em alusão à Semana Farroupilha. O CTG já teve três invernadas, mas atualmente conta com uma invernada mista.