VÍDEO: em sessão marcada por protestos e bate-boca, Câmara aprova o projeto que muda o Plano de Carreira do Magistério

 

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Estância Velha – Foi aprovada na Câmara de Vereadores, em decisão dividida que precisou do voto de minerva do presidente Jacob Imming, os projetos que tratam de uma série de alterações no Plano de Carreira do Magistério. Ao todo, entre projetos e emendas, foram 11 votações, entre aprovações e reprovações.

O Plenário da Câmara ficou lotado com a presença de aproximadamente 100 pessoas, entre representantes do Simev, da Asspe, das APM’s, professores e demais parcelas da comunidade, além dos próprios vereadores, funcionários da Câmara, agentes da Guarda Municipal e da Brigada Militar, e a imprensa.

Do lado de fora, em frente à sede do Poder Legislativo, também houve presença maciça de público. Tanto na parte interna quanto na rua, as pessoas seguravam cartazes com frases contrárias ao projeto, de apoio à educação e placas com os rostos dos vereadores, pedindo que eles reprovassem.

Empate e votação do presidente

Antes da votação, cinco vereadores usaram a tribuna para se manifestar em relação aos votos que dariam na sequência. O primeiro foi Yuri Campos, que apresentou as justificativas para aprovação e destacou que se trata de um “remédio amargo, mas necessário”, devido à situação econômica do município

Na sequência, Beti Gtiebeler, uma das vereadores que faz parte da base do governo no Legislativo, surpreendeu ao abrir o voto contrário. Em sua fala, manifestou que também é servidora e disse que tomaria uma decisão que poderia ser “contrária aos princípios políticos”, mas que votaria não.

O vereador e servidor Lucas Argentino, também usou a tribuna para se manifestar contra. Em seu peito, um adesivo deixava clara a sua posição, que já vinha sendo manifestada publicamente nas vezes em que utilizou a tribuna e, também, nas redes sociais.

Antônio Worst destacou que não havia manifestado seu voto ainda, lamentou que a situação tenha chego à “seara política”, pois era uma “decisão técnica” que deveria ter sido tomada. “Se perdeu o controle porque, a pessoa que deveria liderar isto aqui, não cumpriu o papel que lhe cabe”, disse, direcionando a crítica ao prefeito Diego Francisco.

Já Décio Hansen manifestou que sua posição não estava relacionada ao fato de ser oposição ou situação. Fez a leitura de que, aprovando o projeto, os vereadores enfrentariam rejeição da sociedade, porém melhorariam a situação do município. Entretanto, também deixou claro que votaria contrário ao projeto. “Tenho três pilares em que educação, saúde e segurança são prioridades”, encerrou.

Na votação do projeto principal, houve empate: Antônio Worst, Beti Griebeler, Décio Hansen e Lucas Argentino votaram contra, enquanto Douglas Bittencourt, Gabriele Martins,  João Gabriel Dilkin e Yuri Campos aprovaram a mudança no plano de carreira. A decisão ficou com o presidente da Câmara, Jacob Immig, que fez a aprovação.

Bate-boca e protestos

Com a decisão, houve protestos, xingamentos direcionados aos vereadores e o presidente da Câmara fez intervenções, suspendendo os trabalhos por alguns instantes, até que houvesse silêncio. Uma mãe de aluno chegou a pedir para usar a tribuna, porém, devido ao regimento interno que não prevê este tipo de manifestação, a fala não foi aceita e resultou em bate-boca.

Um dos momentos de maior tensão, ocorreu quando a professora Gladis Hansen parou em frente aos vereadores e fez um desabafo, especialmente contra o voto do presidente Jacob immig, com quem possui grau de parentesco. “Eu sou filha de Estância Velha. Quando muitos aqui nasceram, eu já estava cansada de trabalhar”, disse, ao acrescentar que sua velhice será mantida com o salário de professora aposentada. Depois da fala, foi acompanhada pela Brigada Militar até o lado de fora.

Junto dela, mais da maioria do público também saiu nos minutos seguintes, aos gritos de “vergonha.” Após saírem, marcharam até a Prefeitura, onde o protesto prosseguiu.