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Violência contra a mulher: Promotora de Justiça realiza palestra na Câmara de Vereadores de Picada Café
Picada Café – A identificação dos casos de violência contra a mulher teve um importante debate na noite de terça-feira, 5, no plenário da Câmara Municipal de Vereadores. A Procuradoria Especial da Mulher da Câmara trouxe a Promotora de Justiça do Estado, Cristina Schmitt Rosa, para um encontro de debate com objetivo de identificar as agressões e explanar os caminhos para identificar, denunciar e ajudar as mulheres vítimas. A palestra teve como tema “Como identificar e agir em situação de violência contra a Mulher”, alusiva ao Agosto Lilás, uma campanha focada nos direitos humanos e na prevenção da violência contra as mulheres. Cristina é filha de Picada Café e se disse feliz em poder voltar “para casa”. “Tenho o maior orgulho dessa cidade”, frisou. Atualmente ela defende a comarca da cidade de São Leopoldo.
12 CASOS REGISTRADOS EM PICADA CAFÉ
Entre os números apresentados por Cristina estão os casos de feminicídios. De acordo com ela, os números do Tribunal de Justiça apontam que a cidade de Picada Café teve 12 registros de violência contra a mulher em 2024, mas que esses não são os números oficinais. “Infelizmente, apenas 10% dos casos são registrados. Isso quer dizer que esses números são muito superiores”, frisou. A palestra teve como ponto o Agosto Lilás, mês de aniversário da Lei Maria da Penha, instituída em agosto de 2006. Para a promotora, são muitos os motivos da mulher não denunciar. “O medo, a falta de informação, a dependência econômica e emocional, os filhos, vergonha, culpa… Por causa disso é preciso falar, encorajar essas mulheres”, detalhou.
“PICADA CAFÉ ESTÁ MUITO A FRENTE”
A frase da promotora Cristina refere-se a Procuradoria Especial da Mulher, recentemente implantada na Câmara de Vereadores de Picada Café. Para ela é preciso dar oportunidade para que as mulheres possam falar, se abrir, buscar ajuda. “Estar próximo é amparar, escutar e buscar ajuda juntos. É preciso escutar a vítima sem criticar, oferecer ajuda prática, respeitar o tempo dela, compartilhar contatos como o 180, que é o número da denúncia anônima, ou 190 que é a Brigada Militar, além claro de ajudar a criar um plano de segurança”, frisou. “Importante a sociedade entender que a denúncia é anônima e segura, e pode salvar vidas”, concluiu.
“A Procuradoria surgiu para debater e ajudar”
A palestra de terça-feira foi a primeira de muitas ações que serão desenvolvidas pela Procuradoria Especial da Mulher. A coordenadora, vereadora Marilei Wittmann, afirma que o espaço foi criado para acolher as mulheres e promover ações que esclareçam e tragam apoio. “A Procuradoria Especial da Mulher é um instrumento de promoção e defesa dos direitos das mulheres, bem como de fiscalização e fortalecimento das políticas públicas municipais de enfrentamento a violência doméstica e familiar. O órgão está aberto, ainda, para receber denúncias de discriminação e violência contra a mulher, promovendo os encaminhamentos necessários aos órgãos competentes em busca de soluções rápidas e eficazes”, afirmou.