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REPORTAGEM INTERATIVA: como está o real avanço da Covid-19 na Encosta da Serra

08/08/2020 - 15h24min

Atualizada em 08/08/2020 - 15h45min

Felipe Faleiro

Região – Em uma iniciativa de jornalismo de dados, o Diário começou a reunir o número de casos confirmados de Covid-19 desde 20 de março, data em que teria havido os primeiros moradores infectados na Encosta da Serra. O objetivo é ajudar a população a entender a dimensão da doença na região e auxiliar as Prefeituras em suas tomadas de decisão.

O levantamento, que será permanente, contabiliza os dados divulgados por todas as 11 Prefeituras dos municípios cobertos pelo Diário em postagens no Facebook. Considera-se esta uma abordagem mais fiel do que, por exemplo, as notificações informadas pela Secretaria Estadual de Saúde, já que no Estado, geralmente há atraso de um ou mais dias nas confirmações de novos casos.

A maioria das Prefeituras se resume a informar para a população, em seus boletins epidemiológicos, o total de contaminados desde o começo da pandemia, por vezes ocultando os novos infectados por dia. Isto dificulta eventuais comparações e inclusive a análise do avanço da Covid-19 a cada período de tempo.

Acompanhe a evolução dos casos confirmados de Covid-19 na região

 

Por isso, o Diário passou a comparar os dados a partir das publicações diárias das Administrações, lançando mão desta análise pelo mesmo método utilizado por veículos como G1 e The New York Times, chamado média móvel. Ela tem este nome, pois considera informações que mudam muito rapidamente, como é o caso dos infectados pelo coronavírus.

A média móvel é calculada da seguinte forma: novos casos hoje + novos casos confirmados nos seis últimos dias. O resultado é dividido por sete, que dá a média móvel daquele dia. Se uma Prefeitura informa 50 casos no total no dia 1º de agosto e 56 ao todo no dia 4 de agosto, a reportagem considera que havia 50 casos nos dias 1º, 2 e 3.

O método pode apresentar falhas, mas, ainda assim, é considerado por analistas mais confiável do que, por exemplo, a simples comparação do número absoluto de contaminados. Picada Café, com 15 infectados, tinha ontem a mesma média móvel que Presidente Lucena, com 56, mesmo com o dobro de habitantes.

Assim, a média não leva em consideração a proporção da população contaminada em cada município. A variação de 14 dias é utilizada em função do tempo que o coronavírus geralmente permanece incubado antes de manifestar sintomas, ainda que, durante este período, é possível que ela possa infectar outras pessoas.

Veja o gráfico dos novos casos por dia (coluna preta), total de casos acumulados (linha vermelha) e a média móvel (linha laranja)

Clique nos links e veja as tabelas para cada um dos municípios de cobertura do Diário:

Como calcular a média móvel

A média do dia de hoje é comparada com a de 14 dias atrás, e suas variações neste período são medidas em porcentagens. Por exemplo, a média móvel de 4 de agosto foi 37,3, e a de 21 de julho (14 dias antes) foi 31,1. Ou seja, a média de 4 de agosto foi 19,72% maior do que a 21 de julho.

Variações acima de 15% significam que a Covid-19 está crescendo. Já variações de menos de 15% significam que a doença está estável, e menos de 15% negativos (-15%), os casos estão caindo. Embora qualquer dado da doença possa ser medido utilizando o método da média móvel, o Diário não computou óbitos por Covid-19, por julgar que eles são relativamente poucos na região e que justifiquem uma abordagem mais ampla.

Para validar os dados das planilhas, o Diário pediu a colaboração do professor de Matemática e morador de Ivoti Vandoir Bock, o Vandomat, que montou um vídeo explicando a média móvel e seu método de cálculo. Confira abaixo:

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