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Roubos de veículos influencia no preço do seguro em Porto Alegre

15/03/2018 - 09h56min

Moradores de áreas com alta incidência de roubos de veículos em Porto Alegre pagam mais caro pelo seguro do automóvel. A variação pode chegar a R$ 800, de acordo com o Sindicato das Empresas de Seguros Privados do Rio Grande do Sul (Sindaergs).

Na Zona Norte de Porto Alegre, o valor médio do seguro de um carro 0km na faixa de R$ 40 mil é R$ 2,4 mil. No Centro da cidade, o serviço para o mesmo veículo sai R$ 1,9 mil, e na Zona Sul, R$ 1,6 mil. As diferenças se repetem em outras regiões do estado.

“Aqui em Porto Alegre e na região o roubo pesa muito, pode pesar 50%, 60% do preço do seguro. Mas se você pega uma região como Santa Cruz, Santa Maria, que o roubo é praticamente zero, o roubo não pesa nada”, diz o diretor do Sindergs Giovani de Souza.

De acordo com dados divulgados nesta semana pelo governo estadual, quase 3 mil veículos foram roubados nos dois primeiros meses do ano no estado. Outros 2,4 mil automóveis foram furtados. A cada dia, são registrados em média 92 roubos.

Além da criminalidade, outros fatores também contribuem na formação do preço, como a marca, o modelo do veículo, o ano e a região onde mais circula. Condutor mais jovem e do sexo masculino paga seguro mais caro. Já a as mulheres arcam com menos, porque são consideradas mais cuidadosas na condução e conservação.

O motorista de aplicativo Jackes Nunes conta que, no mês passado, fez o seguro do carro que usa para trabalhar e foi surpreendido com o valor cobrado, R$ 2,7 mil. “O valor do seguro é 10 vezes R$ 271, o que cobre é vidros, contra furto e incêndio”, diz Nunes.

Os donos de veículos, que já tem tantos gastos como gasolina e IPVA, sentem cada vez mais no bolso os custos da violência. A situação desanima o cabeleireiro Matheus Roldan.

“Passamos seis meses do ano trabalhando para pagar impostos. Nos outros seis, conquistamos o que temos. E aí chega uma pessoa na sexta-feira à noite e leva tudo aquilo que você levou seis meses para conquistar, rápido e some”, desabafa Roldan.

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