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Saiba os motivos da nova paralisação dos funcionários dos Correios

19/08/2020 - 16h37min

Região – A paralisação dos funcionários dos Correios pode impactar a Encosta da Serra. A decisão, em caráter nacional, foi tomada em assembleia na noite de segunda-feira. Conforme os sindicatos representativos da categoria, houve retirada de direitos por parte do governo federal. A pandemia ainda potencializou a intenção de paralisar.

“A empresa precisa garantir o que foi decidido na Justiça, como o dissídio aprovado para a categoria”, afirma o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Correios do RS (Sintect-RS) e da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), Evandro Leonir, que reúne cerca de 5.500 funcionários gaúchos. Conforme ele, também outras demandas não teriam sido cumpridas.

Segundo Leonir, 70% dos trabalhadores do Centro de Distribuição de Campo Bom testaram positivo para a Covid-19. “A empresa não se dispôs a realizar a testagem, e apenas por pressão da imprensa e da Vigilância Sanitária municipal, isto pôde ser feito”. As pessoas que tiveram contato com eles teriam sido mantidas nos postos de trabalho.

Assembleia decidiu pela nova paralisação por tempo indeterminado (Créditos: Divulgação/Sintect-RS)

Com isso, os casos confirmados foram afastados, porém, para suprir a demanda, foram realocados trabalhadores de outros locais, como Ivoti, Dois Irmãos e Novo Hamburgo. “Queremos abrir negociação com a empresa e não tentar atacar trabalhadores neste momento tão difícil em que o sistema de saúde está enfraquecido”.

Outra demanda não cumprida é o pagamento do dissídio, que havia sido aprovado no Tribunal Superior do Trabalho (TST), porém, uma liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o pagamento. “Não temos acordo coletivo desde 1º de agosto, algo que há 30 anos não havia sido feito”, comenta Leonir.

Desde 2011 não é realizado concurso público nos Correios, o que tem sobrecarregado alguns trabalhadores. Estima-se que a carga de trabalho tenha aumentado em 20%, sobretudo em razão da pandemia e a quarentena, que aumentaram as vendas no comércio eletrônico. “A empresa não gastou um real para cuidar da saúde dos trabalhadores”.

O que dizem os Correios

O Diário contatou as agências dos seus quatro maiores municípios de cobertura, em diferentes horários no dia de ontem. Em Ivoti, Estância Velha e Nova Petrópolis, ninguém atendeu, porém, a agência de Ivoti estava aberta e havia veículos da empresa em frente. Até o fechamento desta reportagem, a assessoria dos Correios não havia respondido ao nosso pedido de manifestação.

Em nota no site, porém, os Correios afirmam que a paralisação não afeta os serviços de atendimentos da estatal. Levantamento parcial da empresa mostrava que 83% do efetivo total no País está trabalhando regularmente. A rede de atendimento está aberta e serviços como Sedex e PAC continuam sendo postados e entregues em todos os municípios.

Sobre as reivindicações dos sindicatos, os Correios dizem que as propostas são “impossíveis de ser atendidas”, já que custariam R$ 1 bilhão em um ano, 10 vezes o lucro obtido em 2019. “Nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações”, diz a empresa na nota divulgada.

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