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SEIS MESES PARADOS: Sem jogos, ecônomos dos ginásios seguem sem renda
Por
Cleiton Zimer / Rogério Savian
Dois Irmãos / Morro Reuter / Herval – Mesmo que a região tenha voltado para a bandeira vermelha – depois de uma semana na laranja – ecônomos, proprietários de quadras esportivas e atletas cobram a liberação dos jogos na região. O pedido é para flexibilizar as restrições porque muitas famílias estão sem a principal fonte de renda há praticamente meio ano. Alguns fizeram investimentos nas estruturas e agora não podem colocá-las em funcionamento. A preocupação dos ecônomos ganhou apoio também daqueles que praticam esportes, pois consideram importante a atividade física, mesmo em meio à pandemia. Por isso pedem que, pelo menos os treinos sejam liberados.
Em Dois Irmãos, o ecônomo da Sede Campestre Santa Cecília, Marcos Wagner, popular Sabiá, aponta que jogadores do município estão indo até outras cidades da região para jogar. “Daí eu questiono o pessoal da Prefeitura e eles dizem que nada está autorizado. Como estamos na mesma bandeira gostaria que essa questão fosse revista”. Além de Sabiá, tem outros que estão sofrendo as consequências da pandemia. Um precisou devolver a concessão do ginásio em que cuidava e se mudou para Santa Catarina em busca de oportunidades.
No município são mais de 20 espaços como ginásio, quadras e campos que estão sem jogos. No final de maio o Diário mostrou as dificuldades que vários ecônomos já enfrentavam, como era a situação de Jorge Bauer (do Ginásio Primavera). Também teve o Aloísio Hansen (Ginásio Santa Cecília há 36 anos), Luís Mendes (Ginásio Matheus Grimm – no Portal da Serra), Renan Altenhofen (Ginásio 29 de Setembro – Moinho Velho) e Cristian Baumgärtner (Ginásio Imaculada Conceição – Centro).
Na semana passada a prefeita Tânia da Silva – que também é presidente da Amvars – esclareceu ao Diário que todas as decisões são tomadas em conjunto com a região 7. “Vale lembrar que não estão permitidas as práticas de esporte; o que pode são os profissionais desde que façam testes em toda a equipe e sem presença de público”.
Escolinhas podem
De acordo com ela foi entregue um plano de contingência à Prefeitura pelas entidades de escolinhas infantis e, através de protocolos rígidos as crianças poderão retomar os treinos a partir dessa semana. “As demais atividades esportivas, nos campos e quadras, não estão permitidas”.
Questionada se há uma previsão para as demais destaca que ainda não há e, que as liberações, devem acontecer de forma gradual respeitando o comportamento do quadro epidemiológico da Covid-19 no município. Ela destacou que mesmo a região estando estável, o número de internados e infectados ainda é elevado. “Paramos de crescer, mas não entramos na redução de casos”. Tânia diz que é um momento de cautela e, para preservar os empregos e indústrias é necessário ter ainda mais cuidados do que antes.
REUNIÃO PARA ALINHAR
Em Morro Reuter os atletas e ecônomos também estão cobrando o retorno. Maria Coreti Weiler Schmidt conta que faz parte de um time de vôlei que jogava no ginásio da Comunidade Católica toda terça-feira. “Os jogos reúnem 12 pessoas mais o responsável pelo local. Não tem aglomerações”, diz, enfatizando que estão apreensivos pela volta. “Já deveria estar liberado, pois os exercícios fazem bem para a saúde”.
Jorge José Bueno Ventura, da mesma forma, joga futsal na quadra com os funcionários da JVmetais. “Gostaríamos de voltar o quanto antes. Está todo mundo contando os minutos para voltar a jogar”, afirma, dizendo que paga um horário para os funcionários jogarem para que esses se sintam melhor fazendo exercícios físicos.
Ademir José Konzen, do Clube Festivo Xavante, ressalta que o grupo está sentindo muita falta dos jogos porque mantinha a rotina desde 1988. Toda sexta-feira se reuniam na Católica para jogar futebol. Reconhece que é um momento delicado e espera pela liberação dos jogos o quanto antes. “Aglomeração acontece em outros locais também. Não seria os jogos o maior problema”. Ademir também reforça a preocupação com os ecônomos, que têm o espaço como uma fonte de renda para sustentar suas famílias. “O esporte é uma distração para aliviar a cabeça em meio a tudo isso”.
Na terça-feira a prefeita Carla Chamorro havia marcado uma reunião com os proprietários de salões e ecônomos para pensar de que forma será esse retorno às atividades, seguindo os protocolos. Até o fechamento desta edição não foi possível contato com os responsáveis para saber o que ficou acertado. Assim que confirmado, a decisão será divulgada em outra reportagem.
Nada definido
Em Herval a questão virou pauta na Câmara, pois os moradores passaram a cobrar os vereadores para um retorno, ao menos, dos treinos. A prefeita Mara Stoffel informou que ainda não há nada definido sobre a questão.