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Sem turistas e com comércio incerto, malharias não vendem em pleno inverno
Nova Petrópolis – Não é novidade que quase todos os setores estão sendo afetados pela pandemia do coronavírus, e não é diferente com as malharias. Primeiro, a Festimalha, que ocorreria de 7 de maio a 14 de junho foi cancelada, assim como todos os eventos que teriam presença de público. Agora, com o inverno, as lojas precisam lutar para sobreviver alternando entre comércio fechado e aberto, e pouquíssimos clientes.
Os maiores clientes do ramo são turistas que vêm do Norte do país. Portanto, mesmo nas semanas em que o comércio está aberto na região, as vendas praticamente não ocorrem porque as viagens à Nova Petrópolis, de pessoas vindas de outros estados, não têm acontecido. “Em anos normais, nesta época, há filas duplas de ônibus de excursões. Eles não têm noção do frio e acabam comprando na hora, além do que tinham planejado”, disse uma das lojistas, Milena Moschen.
Festivais
Colega de Milena, Dirlei Schabarum reforça a importância dos festivais para as vendas de roupas de inverno. “Estaríamos prestes a viver o Festival do Folclore, são milhares de pessoas que passam por aqui e faziam compras. Assim como era também no período da Chocofest”, contou Dirlei. Ela também afirma que as vendas não chegam a 50% do que eram em outros anos no mesmo período.
A esperança é de que o vírus seja controlado logo e que festivais que ainda não foram cancelados, possam ocorrer como previsto. Um dos exemplos é o Festival da Primavera, marcado para setembro, mas elas sabem que as chances são mínimas. E, mesmo que ocorra, as vendas não serão como seriam neste momento, pois o frio mais intenso já terá ido embora.
Liquidações
Normalmente, as lojas deixam para fazer suas grandes promoções na estação seguinte, para poder vender as últimas peças que ficaram nas prateleiras. Mas como o momento é atípico, as liquidações de inverno ocorrem na própria estação. Malharias que costumavam faturar nos meses mais frios, agora necessitam colocar os preços lá em baixo, quase custo de fábrica, para conseguir alguma venda.
André Schmitt, proprietário de uma loja na Galeria do Imigrante, contou que há muitas incertezas e que liquidar os preços é a alternativa para que as portas não precisem ser fechadas em definitivo. Ele também contabiliza que suas vendas caíram em torno de 60%, algo que não era imaginável. Perto dali, uma funcionária de outra loja contou que durante a semana, não se vende praticamente nada, somente nos sábados e domingos. Por conta disso, a loja está apenas “sobrevivendo”, com vendas que chegam a 10% do que acontecia em outros anos.