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Setor primário gera retorno de 56% do ICMS para Santa Maria do Herval

27/12/2022 - 07h00min

Economia é variada dentro do próprio setor primário (Créd. Ronaldo Fontana)

Por Cleiton Zimer

Santa Maria do Herval – O conjunto da obra do setor primário está em acentuado crescimento e é o principal em retorno de ICMS para o Município, representando mais da metade.

Em um levantamento feito desde 2016, os saltos na arrecadação foram contínuos com destaque para o ano passado. Em 2020 a arrecadação foi de R$ 5.501.953,55 e, em 2021, disparou para R$ 7.647.720,77.

Deste montante, a previsão de retorno ao Município é de R$ 2.764.584,46 que corresponde a 56% do total do Herval. Logo depois vem a indústria com R$ 1.089.792,35 (22,20%), comércio com 914.213,91 (18,62%) e serviços com 141.370,13 (2,88%).

“Esperamos, este ano, dar outro pulo, mesmo com a estiagem que tivemos ano passado” disse o secretário de Agricultura Jaime Morschel.

Jaime Morschel, secretário de Agricultura (Créd. Cleiton Zimer / arquivo)

Desafios na avicultura

O setor de avicultura, antes visto como promissor, está estagnado diante das transformações do mercado. Jaime conta que, no início da atual gestão, havia projeção de, ao menos, quatro a cinco novos aviários por ano. Mas no caminho teve a pandemia, aumento dos insumos e do material de construção – principalmente ferragens. E, do outro lado, os reajustes para os produtores não compensaram este valor.

“Da forma como está situação hoje, se esses preços não melhorarem nos próximos meses, ou em um ou dois anos, ninguém mais vai fazer aviário,” analisa Morschel, afirmando que os investimentos estão parados.

2.500 hectares de milho

Mesmo com insumos caros, estiagem e cigarrinha, os agricultores aumentaram a produção de milho no ano passado, cultivando cerca de 2.500 hectares. Este ano isso deve se repetir e já está se confirmando, afinal, o plantio já está 90% concluído.

Jaime avalia que, deste total, cerca de 25% vai para silagem e, o restante, para grão – o que vai de encontro à produção de frangos que puxa este setor.

A terra da batata

Santa Maria do Herval é a terra da Kartoffelfest mas, há muito, já não é mais a terra de cultivo de batata. Hoje apenas pequenos produtores investem na cultura local e, os comerciantes que trabalham com quantia maior migraram para a Serra. Alguns deles trazem suas colheitas para cá, onde possuem as lavadouras, gerando emprego – e depois comercializam. Outros, já fazem todo o processo na Serra.

“Temos muitas dificuldades quanto a batata, primeiro por causa do relevo, e depois por causa da época de plantio, consequentemente a época de colheita. Muitas vezes não conseguimos colher a nossa batata quando preço é melhor. Já em São Francisco, na Serra, o pessoal começa a plantar a partir de setembro e vai plantando direto, intercalado, até fevereiro,”explica Jaime.

Diversificando

O secretário afirma que esses produtores também estão diversificando com o aumento no custo dos insumos, apostando na soja e no milho. “Hoje se fala, pelo preço que temos nos insumos, que para plantar um hectar de batata na Serra gira em torno de R$ 50 mil. Por isso optam por diversificar com milho e soja para ter uma renda garantida.”

Jaime pontua essas culturas têm uma expectativa muito boa diante do cenário mundial. “Cada vez se precisa de mais grãos e é um mercado garantido.”

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