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Teewald vive momento histórico ao unir Chama Crioula e Fogo Simbólico

26/08/2025 - 08h57min

Atualizada em 26/08/2025 - 08h59min

Vice Félix com a Chama Crioula e prefeito com o Fogo Simbólico, acendendo a pira ao mesmo tempo (FOTO:. Bruno Wingert)

É a primeira vez que as duas chamas são unificadas na 30ª RT

Por Cleiton Zimer

O município recebeu na semana passada um dos capítulos mais marcantes da tradição gaúcha e da identidade cívica brasileira. Na última terça-feira (19), a Chama Crioula, símbolo máximo do orgulho e da resistência cultural gaúcha, chegou pela primeira vez ao município, ponto inicial de sua distribuição para as demais cidades que integram a 30ª Região Tradicionalista.

A solenidade ganhou ainda mais significado no dia seguinte. Na quarta-feira (20), em frente à Prefeitura, ocorreu um ato inédito não somente para a região – mas para o Rio Grande do Sul: a centelha da Chama Crioula foi unida ao Fogo Simbólico da Pátria – da qual, outrora, foi originada.

Essa é a segunda vez que isso ocorre no Estado e a primeira vez na região. A cerimônia contou com a presença de autoridades municipais, representantes tradicionalistas e comunidade.

Em ato solene, o prefeito Gilnei Capeletti (MDB), segurando o Fogo Simbólico, e o vice-prefeito Félix Alles (PDT), com a Chama Crioula, acenderam juntos a pira montada em frente ao prédio da Prefeitura, promovendo o reencontro histórico dos dois símbolos.

Foi um momento muito importante para a nossa cidade, que fortalece ainda mais a nossa tradição gaúcha, tão bem representada pelo Piquete Laço Crioulo e CTG Amigos da Tradição, bem como nosso orgulho de ser brasileiro”, destacou o prefeito.

A simbologia histórica dos dois fogos

O Fogo Simbólico da Pátria foi criado em 1937, em Porto Alegre, como marco de civismo e patriotismo, e desde então abre oficialmente a Semana da Pátria em todo o Brasil.

Após a Revolução Farroupilha, em 7 de setembro de 1947, durante o desfile em frente ao Theatro São Pedro, em Porto Alegre, o grupo de jovens liderado por Paixão Côrtes, conhecido como Grupo dos Oito, retirou uma centelha do Fogo Simbólico. Essa chama foi levada ao Colégio Júlio de Castilhos, onde foi acesa a primeira Chama Crioula, dando origem ao Dia do Gaúcho e inspirando a criação da Semana Farroupilha.

Para a hervalense Franciele Scholles Braun, que já foi 1ª Prenda Juvenil do CTG Amigos da Tradição (2013/2014) e 1ª Prenda Juvenil da 30ª Região Tradicionalista (2014/2015), o gesto daqueles jovens marcou um divisor de águas:

“Esse gesto marcou o resgate da cultura gaúcha, que na época já estava se perdendo diante de outras influências, justamente em um período de redemocratização do Brasil após o Estado Novo, quando o regionalismo ganhava força como forma de reafirmar tradições e raízes. A partir dali surgiu também o 35º Centro de Tradições Gaúchas e começou a ganhar força o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Inclusive, o 35 CTG ainda existe ativamente em Porto Alegre”, lembra Franciele.

Franciele, que já foi 1ª prenda da 30ª RT, explica o surgimento da Chama

Desde aquele marco, a Chama Crioula passou a ser gerada anualmente a partir da Pira da Pátria durante os Festejos Farroupilhas e distribuída às 30 Regiões Tradicionalistas do Rio Grande do Sul através das Guardas de Honra. Neste ano, a Geração e Distribuição ocorreu em Caxias do Sul, no sábado (16), marcando a 76ª edição do evento. De lá, foi levada a cavalgada para o Teewald.

Mantida acesa até o fim da Semana Farroupilha, a Chama Crioula é um dos principais símbolos da identidade, da resistência e do orgulho do povo gaúcho.

Um reencontro raro

O encontro entre os dois símbolos — o Fogo Simbólico e a Chama Crioula — é algo raro na história. A primeira vez aconteceu em Carazinho, em 21 de agosto de 2018, na 7ª Região Tradicionalista. Agora, Santa Maria do Herval tornou-se palco de um novo e inédito reencontro, sendo a primeira vez que isso ocorre na 30ª Região Tradicionalista.

Mais do que uma cerimônia, o ato representa a união entre o civismo nacional e a tradição gaúcha, resgatando o sentido de pertencimento e a valorização das raízes culturais. “Um ato que enche de orgulho nossa comunidade, por unir em um mesmo fogo o sentimento de amor à Pátria e a força da tradição gaúcha”, ressalta Franciele.

Distribuição em Herval

A Chama Crioula permanecerá em Santa Maria do Herval até o dia 6 de setembro, quando acontecerá a distribuição da centelha para os outros 11 municípios da 30ª Região Tradicionalista. O momento será marcado por uma cerimônia no Piquete Laço Crioulo, na Vila Kunst, reforçando o papel do município como guardião da tradição neste ano.

 

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