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UM MÊS DEPOIS DA TRAGÉDIA: Família leva coelhos de Patrick à Expointer como símbolo de memória e homenagem
O jovem de Alto Morro dos Bugres morreu há um mês em um grave acidente em SC
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval | Um mês depois do acidente que tirou a vida de Patrick Olbermann, de 23 anos, sua presença volta a ser sentida em Esteio. O jovem criador de coelhos, apaixonado pela raça Flandres, não está fisicamente na 48ª Expointer, mas seu legado segue vivo: os animais preparados por ele chegam à feira conduzidos pela família, que transforma a dor em homenagem.
Patrick morreu no dia 25 de julho, em Cunha Porã (SC), quando o carro que dirigia colidiu frontalmente com uma carreta na BR-158. Ele seguia com a namorada, Camila Bublitz Lechner, para o aniversário do filho de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h da manhã. O impacto foi fatal para o hervalense, que morreu no local. Camila sobreviveu e, após dias de internação, se recupera bem. Ela também fará parte da comitiva que leva os coelhos à feira.
Dos prêmios ao luto
O nome de Patrick ficou conhecido em 2023, quando participou pela primeira vez da Expointer. Logo na estreia, surpreendeu ao conquistar três troféus: Grande Campeão, Grande Campeã e Destaque Expointer. O feito rendeu homenagens na Câmara de Vereadores de Santa Maria do Herval e consolidou sua reputação como criador.
Agora, a família retorna ao mesmo palco, dois anos depois, mas em circunstâncias diferentes. “O mínimo que podemos fazer é honrar a memória dele e levar os bichinhos”, afirma a irmã Josiane Olbermann Back.

Patrick em sua primeira participação na Expointer, na qual já saiu premiado
Preparativos que já estavam prontos
Patrick estava feliz. Havia deixado tudo organizado: inscrições, pagamentos e escolha dos animais. A família apenas deu continuidade ao trabalho. A veterinária Carol, amiga próxima do jovem, segue auxiliando no processo de avaliação dos coelhos. “Ele já tinha deixado tudo preparado. Só seguimos o que ele mesmo planejou”, explica Josiane.

Um dos machos que vai estar na feira, de 9 kg
Ao todo, 12 adultos do Criatório Olbermann estarão na exposição: sete machos e cinco fêmeas. Entre eles, um imponente macho de nove quilos, que simboliza a força e a dedicação do criador. Para Josiane, mais do que a expectativa de premiações, o gesto de levar os animais já é motivo de consolo. “Só de estarmos aqui já faz muito bem para o coração”, diz.
A missão de levar os coelhos será dividida entre os pais, Laudo e Lurdes, as irmãs Josiane e Patrícia, os cunhado Eduardo Müller Back e Mateus Weber, e a namorada de Patrick, Camila.
Na manhã de quinta-feira (28), Patrick receberá uma homenagem.
O menino e seus coelhos
Patrick começou na criação aos 15 anos, quando adquiriu o primeiro casal de coelhos. Aos poucos, o hobby virou paixão, e a paixão virou reconhecimento.
Em entrevistas ao Diário logo no começo, dizia que criava não por dinheiro, mas por gosto. Vindo de uma família dedicada ao comércio de batatas, decidiu seguir um caminho próprio, mas sem abandonar a simplicidade herdada de casa e ainda ajudando na empresa familiar.
“Ele era um menino trabalhador, honesto e sonhador. O mínimo que podemos fazer é continuar por ele nesta Expointer”, resume Josiane.
O último capítulo
Patrick nasceu em 31 de maio de 2002 e cresceu em Alto Morro dos Bugres, em Santa Maria do Herval. Morreu jovem demais, justamente no dia 25 de julho – dia do Colono e Motorista, função que desempenha além do Criatório.
Mas deixou um exemplo que seguirá ecoando. A Expointer de 2025 não será apenas uma feira para a família Olbermann, mas um rito de memória. Entre gaiolas e olhares atentos, os coelhos do criador desfilam como testemunhas de uma história interrompida cedo demais, mas que jamais será esquecida.
E com isso, chegará ao fim o Criatório Olbermann – é como um livro que se fecha, mas de uma história que jamais será esquecida.
