Aniversário de Nova Petrópolis: cooperativismo, uma prática que começa dentro das escolas

As importantes cooperativas que ajudam a sustentar e a diferenciar a economia de Nova Petrópolis têm a sua continuidade garantida através do surgimento de novas lideranças nas escolas. Muitos jovens que concluem o ensino básico ingressam no mercado de trabalho comprometidos com os princípios do cooperativismo.

No Rio Grande do Sul, as primeiras cooperativas escolares surgiram em Teutônia. Em pouco tempo, a ideia encontrou solo fértil na Capital Nacional do Cooperativismo. Hoje, Nova Petrópolis tem seis cooperativas escolares em funcionamento: Cooebompa (ensino médio da Escola Bom Pastor, com 80 alunos associados); Cooebompa Júnior (ensino fundamental do Bom Pastor, 45 associados); CooperOtto (Escola Otto Hoffmann, 30 associados); CooperGaedicke (Escola Augusto Gaedicke, 30 associados); CoeAmstad (Escola Padre Amstad, 30 associados); e CooperBeck (Escola Pedro Beck Filho, 30 associados).

“Hoje Nova Petrópolis é uma referência em cooperativas escolares, porque a gente é cidade coirmã de Sunchales, na Argentina, e esta é uma cidade top em cooperativas escolares no contexto geral”, afirma a assessora pedagógica de cooperativas escolares, Synara Kehl.

Cada cooperativa escolar trabalha com um “objeto de aprendizagem”, algo que pode ser comercializado ou socializado. Neste sentido, a Cooebompa vem se tornando referência porque definiu um viés de apresentar a própria cooperativa.

Da Cooebompa para o Sicredi

Segundo Synara Kehl, as cooperativas escolares têm vários exemplos de lideranças jovens que hoje fazem a diferença no mercado de trabalho. Um dos exemplos é Pedro Matté, de 19 anos. O ex-aluno da Escola Bom Pastor e ex-presidente da Cooebompa é gerente agro da agência do Sicredi de Vale Real.

Em 2015 Pedro entrou no Bom Pastor para fazer o ensino médio e o curso técnico, mas sem saber o que é uma cooperativa. “Lá eu tive a oportunidade de ser presidente da Cooebompa e conselheiro. Precisei aprender bastante e o Bom Pastor é o lugar para isso”, comenta.

Depois, o jovem integrou o Conselho Jovem da Sicredi Pioneira RS e surgiu vaga de estágio em agronegócio no Sicredi. Em janeiro de 2019 ele foi efetivado como gerente agro.

“A vivência nas cooperativas escolares é muito válida para trabalhar em qualquer empresa. O convívio com outras escolas, a troca de ideias, é algo fantástico. Na reunião de diretoria são 10 pessoas debatendo e é preciso entrar em um acordo. Então tu ter esse senso de liderança, de empreendedorismo, desde adolescente, te traz um ganho muito grande”, avalia o gerente.