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Bárbara Borges desabafa sobre relacionamento abusivo nas redes sociais
A atriz Bárbara Borges, que ganhou destaque na televisão por conta de novelas na TV Globo e na Record, como “Malhação”, “Senhora do Destino”, “Duas Caras”, “Bela, a Feia”, entre outras, usou as redes sociais para fazer um forte desabafo sobre relacionamento abusivo.
Além do assunto principal, Bárbara, que também já foi paquita da Xuxa, também detalhou problemas que teve devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
“Eu não tinha a menor noção do tanto de machismo estrutural que me silenciava e que eu, inclusive, permitia e até reproduzia. Abusos na infância, abusos psicológicos, assédio, ser diminuída e chamada de ‘louca e desequilibrada’… Recentemente, caiu a ficha de uma situação vivida no passado: uma ‘brincadeira’ que um namorado fazia comigo quando eu estava empolgada falando algo. Ele fechava a minha boca ‘carinhosamente’ fazendo ‘shshshshsh, fica caladinha’. Sim, era exatamente essa frase que ele usava sempre fechando com os dedos a minha boca”, começou.
“Por mais que lá no fundo eu sentisse um desconforto com isso, eu achava engraçado, eu ria, eu acreditava mesmo que eu falava besteira sempre e me calava. E até me sentia amada porque ele fazia igual o pai dele fazia com a mãe. Loucura, loucura! Infelizmente antes eu não tinha a consciência que tenho hoje, não era tão segura de mim para falar: ‘Para! Não gostei, não quero, não permito que me cale’, por mais boba e insignificante que a situação fosse. Isso serve para diversas situações abusivas mais pesadas das quais eu sempre me culpei”, continuou.
Ao falar sobre o consumo de bebidas alcoólicas, Bárbara explicou que estava tentando “empurrar o sofrimento para debaixo do tapete” e que “bebia para se proteger”: “Eu vivi muito tempo da minha vida empurrando tudo o que me fazia sofrer para ‘debaixo do tapete’. Para me proteger e sobreviver, usei o artifício das ‘máscaras’, das bebedeiras cada vez mais exageradas. E assim fui me afastando de mim. Porém, mesmo atrás de tantas máscaras, o meu ‘eu iluminado’ que foi escondido mandava sinais de ‘acorda!’”.
“Em 2012, comecei a dar os primeiros pequenos passos desse despertar. Esse processo tomou força ainda maior quando engravidei em 2013. No meu processo de despertar, a vida naturalmente me aproximou de mulheres incríveis feministas”, revelou.
Por fim, Bárbara ainda classifica a sua caminhada por esses processos dolorosos como “trilha do autoconhecimento”. “Memórias vieram à tona. As máscaras foram caindo. Uma por uma. Eu pedi a Deus tanto pela verdade, que me mostrasse a verdade, que a vida jogou um holofote. Comecei a enxergar com clareza. A gente sofre, mas vai curando e libertando. Comecei a me impor, tive que lutar muito por mim, para soltar a voz da minha mulher. A luta é diária. Eu ainda preciso gritar muito para me defender do machismo/patriarcado”, finalizou.
Fonte: O Sul