Cadernos
Aniversário Nova Petrópolis: A doação do “Pinheiro Grosso”
Com séculos de existência, o Pinheiro Multissecular, localizado na Linha Imperial, antes de ser um patrimônio público, quase parou na região metropolitana de Porto Alegre, como doação à Igreja, em 1937.
URKUNDE
Assim registrado em um “Urkunde”, no memorial da família Grings, “Hunsrück”, o certificado aponta a doação feita por Josef Grings, aos seminaristas. “Eles começavam a pedir donativos, iam nas casas e pediam o que as pessoas queriam doar. Então vieram aqui e pediram o que ele queria doar”, explica Paulo Heylmann, esposo da neta de Josef, Célia Grings. “Eu vou doar o Pinheiro para vocês”, completou. Assim teria dito ele aos religiosos, que quando voltaram para avaliar a doação, desistiram.
A PROPOSTA
A estrutura da araucária assustou aos olhares dos que a desconheciam. A dúvida de como poderiam cortar o pinheiro fez logo com que os mesmos refizessem a oferta à Josef. “Não poderia ser avaliado e pago em dinheiro?”. Enquanto comenta sobre o fato, Paulo ri ao imaginar a cena. “A gente não sabe exatamente o que ele respondeu, mas pediu que eles então avaliassem. O que se sabe é que ele achou baixo o valor e disse, ‘ele vale muito mais’”, conta.
O ACORDO
Depois da negociação em volta da doação, veio o acordo. Por 300 mil reis, Josef pagou pelo pinheiro e então doou o dinheiro à Igreja. “De hoje em diante o Pinheiro Grosso não será mais cortado”, havia dito.
Sólido como nunca, a árvore segue intacta pelas mãos do homem na propriedade da família Grings, aberta à visitação do público. “Fica perpetuada a gratidão da nossa geração, aos proprietários desta área, pois passará o tempo e tu, árvore símbolo, permanecerás como testemunho do nosso esforço na conservação dos recursos naturais protegendo o nosso chão”. Assim refere-se a placa de 27 de setembro de 1982 ao patrimônio de Nova Petrópolis.