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Aniversário de Dois Irmãos – Praça do Imigrante: nostalgia e memórias de uma infância feliz

14/09/2024 - 07h37min

Atualizada em 14/09/2024 - 08h07min

Por Leonardo Boufleur

Dois Irmãos- Na infância, cada visita a Dois Irmãos era um evento aguardado com entusiasmo desenfreado. Eu morava em São José do Herval, em Morro Reuter, e as idas à cidade vizinha, seja para compras ou para resolver alguma pendência, eram uma verdadeira aventura. A Praça do Imigrante, com seu charme vibrante, era o coração de todas essas jornadas.

A praça, para mim, era um lugar encantado. O playground oferecia uma diversão interminável, enquanto as araras, papagaios e cocotas em seus cativeiros e as tartarugas no lago adicionavam um toque exótico ao cenário. Para mim, aquele era um mini zoo no centro de Dois Irmãos. Eu me fascinava com as cores vivas dos peixes nadando sob a água, e enquanto meus pais descansavam à sombra das árvores, conversando em dialeto alemão, eu explorava cada canto daquele lugar mágico.

CÂMERA KODAK TIRA TEIMA

Minha mãe, Noeli, sempre fazia questão de comprar um sorvete para mim, enquanto meu pai, Rudy, registrava cada momento com sua clássica câmera Kodak Tira Teima. Cada clique era uma tentativa de eternizar as risadas e a leveza daqueles dias.

Os monumentos de ferro, que representam os imigrantes alemães, eram para mim uma fonte de mistério e encantamento. Sem compreender completamente seu significado histórico, eu os via como uma família feliz, representação de uma família como a minha que vivia momentos felizes naquele lugar. Para mim, eram como personagens de um conto de fadas que se misturavam à festa que eu vivia a cada visita.
Hoje, enquanto observo as crianças correndo e brincando na mesma praça, uma onda de nostalgia me invade. A Praça do Imigrante é uma testemunha silenciosa de inúmeros momentos: risos, histórias, encontros e romances. Cada banco e cada árvore são guardiões de memórias passadas.

AGORA SOU EU QUEM LEVO MINHA FILHA À PRAÇA

E agora, sou eu quem levo minha filha para desfrutar desse maravilhoso espaço, transmitindo a ela o encanto que vivi. Enquanto as gerações se sucedem, continuo ali, como um observador sereno. A praça, agora como então, é um palco de vivências e memórias que se perpetuam. E eu, mantendo viva a essência da minha infância, sigo apenas observando o ciclo eterno da vida que se desenrola sob as árvores e entre os brinquedos, sabendo que o encanto daquele lugar nunca se apagará.

 

 

Atualmente a praça não tem mais aves, mas, no passado, elas faziam a alegria da criançada

Monumento dos imigrantes na praça

 

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