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Aniversário Morro Reuter: Em 1994, construir um Teleférico Turístico estava nos planos do prefeito da época

21/03/2018 - 16h02min

Atualizada em 10/04/2018 - 13h34min

Documentos inéditos daquela época trazem ilustrações, projeto técnico, inclusive, parte em alemão, e troca de correspondências de novembro de 1994

O ano era 1994. Morro Reuter, então, com apenas dois anos de emancipação, chegou a cogitar ter um Teleférico Turístico. O então prefeito José Paulo Sabá Meyrer (in memoriam) lançou a ideia de fazer esta construção ligando a sede ao Morro da Embratel com um bondinho. Com a mesma rapidez que a possibilidade deste empreendimento turístico percorria a região, o Teleférico Turístico passou a ser o sonho de muitos, da mesma forma que não foi aceito por outros, considerado tão somente uma utopia. Mas, porém, há uma coisa em comum entre os pensamentos divergentes da época: teria sido positivo, ou não, para o município?

A ideia foi noticiada pelos veículos de imprensa da época, gerou polêmica, porém, nunca saiu do papel. Este projeto – ou, pelo menos, algumas folhas amareladas e um tanto marcadas pela ação do tempo – chegou até o Diário. Entre o material, há uma troca de correspondências “por telefax”, em inglês, entre a Prefeitura de Morro Reuter e a empresa Doppelmayr, sediada na cidade de Wolfurt, na Áustria. Em uma rápida pesquisa na internet, descobre-se que a Doppelmayr é líder no mercado mundial na construção de um determinado tipo de teleféricos, assim como Wolfurt, que fica a 180 km de Munique (Alemanha), tem 8 mil habitantes, mas é bem desenvolvida no turismo, com estação de esqui, teleférico, entre outros.

Apenas uma utopia, ou teria ajudado no crescimento de Morro Reuter?

Eis uma pergunta que sempre ficará sem resposta. Mas deve povoar a mente de todos, seja dos que eram a favor da construção do teleférico, seja dos que eram contra esta utopia. Enfim, há uma coisa em comum entre os pensamentos divergentes da época: mesmo quem era a favor e quem era contra o projeto, ambos devem se perguntar até hoje onde estaria Morro Reuter se o teleférico tivesse sido construído. Morro Reuter estaria nos patamares de Gramado e Canela?

Oficialmente, não se fala do motivo deste projeto ter ficado engavetado. Por isso, passados 26 anos da emancipação política do município, e, chegando aos 25 anos do projeto de construção do teleférico com bondinho, o Diário aproveita a data festiva para descortinar este projeto aos seus leitores (gentilmente cedido pela Prefeitura). Aos que nunca foram simpáticos ao teleférico, ou que estão se questionando o porquê de divulgar isso agora, citamos dois motivos.

O primeiro, é que só agora este projeto apareceu: ele estava (bem) guardado com um empresário (ao qual agradecemos, e, oportunamente citaremos seu nome, se ele assim o quiser), que foi amigo do ex-prefeito). Aliás, nem o ex-prefeito, nos anos em que precederam seu falecimento, falava deste projeto. Outro motivo é que, pelo sim, ou pelo não, gostem, ou não gostem, mas mesmo que o teleférico nunca saiu do papel, ele entrou para a história do Morro Reuter, e, portanto, merece ganhar as páginas deste jornal festivo, uma vez que muitos dos leitores mais jovens não viveram esta fase e não sabem deste projeto.

E isso é conteúdo histórico, e este “localismo” é muito mais importante, talvez, do que estudar a história europeia ou asiática. Assim como muitos não conheceram a história do Paradouro, enquanto pertencia ao Governo do Estado, ou da sua época de ouro como restaurante e pousada no final da década de 90, bem como muitos outros não sabem que Morro Reuter foi campo experimental para plantio de lavanda nos anos 90 e 2000, histórias, estas, aliás, que serão abordadas oportunamente nos próximos cadernos e em um livro que estamos escrevendo. Se hoje o povo sabe o que é o Paradouro ou a lavanda, muitos não fazem ideia do que era o projeto do teleférico, portanto, mais um motivo para ilustrarmos as páginas deste caderno festivo.

Documento histórico: telefax de 21 de novembro de 1994, enviado pela empresa austríaca, Doppelmayr, referência mundial até hoje neste assunto

Capa do projeto do teleférico e bondinho, em inglês, entregue ao prefeito da época, José Paulo Sabá Meyrer

Matéria do jornal NH, de 1994, quando o prefeito Sabá falou do projeto do teleférico

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