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Hipertensão pode levar a AVC

23/10/2019 - 17h02min

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma das doenças crônicas mais prevalentes no Brasil e no Rio Grande do Sul. De acordo com o cardiologista Carlos Kopper, uma pessoa é hipertensa a partir do momento que se obtiver três medidas, ou mais, acima de 140/90 mmHg em dias diferentes e em repouso. “A prevalência varia muito conforme a fonte, mas gira em torno de 36% da população acima de 40 anos.”

O diagnóstico pode ser realizado por medições em consultório, controles domiciliares de pressão e pelo exame do MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), onde o paciente fica com um aparelho de pressão por 24 hs.

No Brasil, cerca de 37% das mortes são de causas cardiovasculares. Estima-se que 40% dos Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC’s) e 25% dos Infartos sejam decorrentes de Hipertensão. O risco é proporcional a severidade da hipertensão, quanto mais hipertenso, maior o risco de AVC e Infarto.

A doença é fortemente associada à genética familiar, cerca de 95% dos casos são chamados de primários, ou seja, de origem genética. Existem, porém, diversos fatores externos que podem acelerar ou retardar o processo. Os maiores agravantes da incidência e da severidade da hipertensão são consumo de sal, obesidade, tabagismo, abuso de álcool e sedentarismo.

60% estão em tratamento

Segundo o cardiologista, atualmente modificou-se um pouco os alvos de controle da hipertensão, variando com o fator idade. Em pacientes acima de 75 anos, se tolera pressão sistólica um pouco mais elevada (entre 130-150 mmHg). Em nosso país estima-se que 60% dos hipertensos estejam em tratamento, mas apenas 10-12% dos hipertensos estão com a pressão adequadamente controlada.

O risco da doença cardiovascular está também associado às co-morbidades (outros fatores associados). Por exemplo, um paciente hipertenso e fumante, outro hipertenso, fumante e diabético. Estes têm um risco cardiovascular ainda muito maior.

Importante iniciar cedo o tratamento

O tratamento baseia-se em medidas farmacológicas e não-farmacológicas. As não-farmacológicas estão associadas à mudança de estilo de vida: redução do consumo de sal, atividade física regular, redução de peso, parar de fumar… O paciente não deixará de ser hipertenso, mas tomará uma quantidade bem menor de medicamentos , que serão mais simples, com menos efeitos colaterais e custos.

Quanto mais precoce for o início do tratamento, mais serão preservados os órgãos alvo (aqueles que a hipertensão prejudica), principalmente coração, rins e vasos. Ao contrário do que popularmente se pensa, quanto mais jovem for o paciente, mais importante é começar logo o tratamento (ninguém é “novo demais para tomar remédio”), pois o paciente e seus órgãos estarão expostos por muito mais anos aos danos da hipertensão.

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