Cadernos
Os riscos de acidentes com a aquaplanagem
Nos anos de 2017 e 2018 o número de acidentes causados por aquaplanagem nas rodovias federais brasileiras ficou próximo de 5%. Um índice relativamente baixo quando comparado ao todo, não é? Pois então vamos avaliar a aquaplanagem por outro ponto de vista: um carro que derrapa em uma rodovia por causa da água empoçada na pista geralmente acaba envolvido em um acidente de colisão ou saída de pista.
As poças de água formam-se muito facilmente nas pistas de asfalto, principalmente naquelas em pior estado de conservação. As poças formam uma camada de água que, em determinadas circunstâncias, tira o contato dos pneus com o asfalto. Este é o cenário perfeito para que o motorista perca o controle do veículo.
As principais circunstâncias que podem facilitar a aquaplanagem são duas: alta velocidade e pneus desgastados (carecas). Em todos os casos, é importante para o motorista manter a calma e desacelerar o veículo progressivamente, mantendo o volante na trajetória correta.
Se estiver em aquaplanagem, em hipótese alguma o motorista deve virar a direção de forma abrupta ou frear bruscamente (especialmente carros sem frio ABS ou controle de estabilidade). Para evitar a derrapagem, a dica é reduzir a velocidade em 30% e manter distância do veículo da frente, observando o rastro deixado pelos pneus dele. O tempo que o rastro leva para desaparecer permitirá saber a quantidade de água na pista.
Motocicletas na chuva
Pela característica dos seus pneus (mais estreitos), a moto enfrenta menos risco de aquaplanagem. Mas ela também pode acontecer e, nesta situação, o risco de o piloto ir ao chão é grande.
Para evitar a derrapagem na água, mais do que nunca o motociclista precisa dosar corretamente o freio entre a roda dianteira e a traseira.
Testes realizados com pilotos pela Pirelli mostram que o limite de velocidade para não correr o risco de cair com a moto na água é 50 quilômetros por hora. Acima de 70 km/h o controle já fica comprometido.
Pneus bem conservados são o básico
Aqui teremos uma espécie de sequência da reportagem da página 6, sobre a manutenção de pneus. Isso porque a aquaplanagem é muito mais comum em pneus desgastados. Em um pneu novo, os sulcos ajudam a eliminar a água que fica entre a borracha e o asfalto, facilitando a aderência (da mesma forma que com a pista seca o pneu “careca” demora mais tempo nas frenagens…).
Não por acaso, o Código de Trânsito Brasileiro prevê multa para veículos com pneus desgastados. A referência é o TWI de 1,6 mm já citado na página 6.
Um truque simples para o motorista saber se o pneu ainda está em boas condições é colocar uma moeda de um real no sulco do pneu. Se o anel dourado ficar visível, é porque o pneu já está com a vida útil próxima do fim.