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Pediatras alertam para aumento de desafios perigosos na internet

10/05/2023 - 16h16min

Pais devem supervisionar atividades dos filhos nas redes, orienta SBP

Os desafios promovidos através da internet, divulgados rapidamente por meio de imagens, vídeos e jogos online em diversas plataformas, representam um risco significativo para a vida, integridade física e psicológica de crianças e adolescentes, podendo levar a fatalidades ou danos irreversíveis. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta sobre essa questão.

Esses chamados “desafios perigosos nas redes”, conforme denominados pela SBP, têm como objetivo estimular comportamentos arriscados e autoagressivos, muitas vezes sob a falsa impressão de serem inofensivos ou até mesmo brincadeiras. Os pediatras enfatizam que, dado que a maioria desses desafios envolvem agressão física ou psicológica, devem ser considerados atos de violência e crimes.

A SBP cita estudos observacionais realizados nos Estados Unidos, França e Brasil, os quais descrevem mais de 100 formas de denominar esses desafios. Os comportamentos de risco mais frequentemente identificados entre os adolescentes são: práticas de sufocamento, asfixia ou apnéia; comportamentos autoagressivos ou heteroagressivos; e ações como o uso de pílulas mágicas contendo substâncias desconhecidas em pó branco ou colorido, jantares com detergentes como bebidas e pastilhas de sabão como refeição, ingestão de baratas fritas e bolas magnéticas, além de selfies perigosas, entre outros.

A SBP recomenda uma série de medidas para prevenir fatalidades entre crianças e adolescentes, incluindo a atualização dos profissionais de saúde, especialmente pediatras, para que possam orientar sobre a prevenção de riscos e segurança online durante as consultas.

“A conscientização sobre os riscos online também é fundamental para pais, psicólogos e profissionais de saúde mental que trabalham com crianças e adolescentes em diferentes contextos e comunidades”- avalia a SBP.

A entidade enfatiza que os pais são legais e moralmente responsáveis ​​pelo cuidado de seus filhos, e devem estar presentes na supervisão das atividades online, estabelecendo regras claras sobre segurança, privacidade e bloqueio de mensagens inapropriadas, violentas ou discriminatórias, que podem causar danos físicos ou espiritual. Além disso, é importante orientar os filhos a não participarem desses desafios.

“Em uma sociedade em que a força física e o poder são valorizados, e onde testar os limites como forma de coragem, sem considerar as consequências do perigo, reflete uma atitude comum na adolescência, é necessário estar atento à análise dos ‘desafios perigosos’ e às consequências dos ‘jogos mortais’.”

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