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Estamos na véspera do Dia do Trabalho, que será comemorado na quarta-feira da semana que vem

24/04/2019 - 11h00min

No país em que todo mundo quer se aposentar em vez de trabalhar e confundem tudo, o Dia do Trabalho é um feriado justo em que o trabalhador deve cruzar os braços e descansar. Afinal, é o dia consagrado ao trabalho, a única forma que temos de gerar riqueza. Não tem outra maneira. Se todos nós nos apostentamos, ninguém vai trabalhar e morreremos de fome. Para cada aposentado, quantos que estão na ativa tem que trabalhar para garantir a aposentadoria do aposentado. Não pensem que o salário dos aposentados cai do céu. Estou me referindo aqueles aposentados que estão em idade de trabalhar que, a estas alturas, devem ser a maioria dos inativos. Gente com 40, 50 ou 60 anos, que deveriam estar trabalhando, cruzaram os braços muito cedo e passaram para a aposentadoria. Olha, gente com até menos de 40 anos. Tem aqueles que, por causa da insalubridade, cruzaram os braços até mesmo antes dos 40. Uma pessoa que trabalha na segurança pública, pode se aposentar com 30 anos de serviço. Se mulher, com 25. 20 + 25 = 45 anos. A média de aposentadoria do pessoal da segurança não chega a 50 anos. É um troço maluco. Finalmente estamos consertando em parte esta maluquice. Trabalhar é saudável, faz bem para a saúde e enobrece. Qualquer trabalho. O catador de lixo deve ser tão valorizado como qualquer outra profissão.

106

A população economicamente ativa do Brasil é de 106 milhões de pessoas. Não dá 50 milhões os que contribuem. Ou tem carteira assinada ou pagam como autônomos ou empregadores. Os outros 50 milhões não tem nada. Tem os 13 milhões oficialmente desempregados e tem 10 milhões que chamam de desalentados. Ou seja, desistiram de procurar emprego e aí passam a ser desalentados e não entram mais na estatística oficial. O sujeito está em casa, sobrevivendo de favor geralmente de parentes e não é mais considerado desempregado. Estranha esta forma de encarar o problema. Aí tem os que vivem de bico, que são o resto e que se conhecem como os que estão na informalidade. Ou seja, não conseguem emprego com carteira assinada e não contribuem para o INSS. Todos estes 50 milhões que estão na clandestinidade em termos de trabalho formal, um dia chegam aos 65 anos e se aposentam. Passam a ganhar aposentadoria e nunca ou quase nunca contribuíram.

OUTROS MILHÕES

Tem, ainda, os outros milhões que são o seguinte, mas ninguém bota na conta. Só que estes aí tem que ir na conta porque são os que mais ganham mesmo sem trabalhar. Eles tem emprego mas não tem serviço. Metade dos funcionários públicos tinham que passar para a categoria de desempregados porque não trabalham. Só não precisam procurar emprego porque arrumaram uma “boquinha” que lhes garante alto salário em troca de não fazer nada. Trata-se de uma massa de pessoas que se conta aos milhões neste país que não produzem nada. Bota eles no peso que temos que carregar nos ombros e a conta vai para trilhões por ano. Estes últimos tinham que comemorar o dia do privilegiado, uma outra data. É uma massa de gente que vive de pura sinecura. Que tal o Dia da Sinecura. Podia ser o Dia do Descobrimento porque nasceram junto com o Brasil.

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