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Irmãos Moraes, líderes da facção Os Manos, são condenados a 59 anos de prisão

26/08/2020 - 15h52min

Atualizada em 26/08/2020 - 17h40min

Campo Bom – Os irmãos Moraes, líderes da facção Os Manos, foram condenados a 59 anos de prisão em um processo originário da Operação Aliança, desencadeada em 2017, pelo Ministério Público e pela Brigada Militar. A operação teve desdobramentos em várias cidades do Vale do Sinos, como Estância Velha, Novo Hamburgo e Campo Bom, e demais regiões do Estado.

Moradores de Campo Bom, os irmãos Moraes foram condenados por formação de quadrilha, tráfico de drogas e armas, além de lavagem de dinheiro. Também tiveram as penas agravadas pela corrupção de menores.

O juiz José Luiz John dos Santos, da 17ª Vara Criminal, especializada em crime organizado e lavagem de dinheiro, condenou Alexandre Moraes da Silveira, o Xandi, a 17 anos e dois meses de reclusão, Cristiano Moraes da Silveira, o Do Meio, a 19 anos e oito meses de reclusão e Márcio Moraes da Silveira, o Nanico, a 23 anos e um mês de reclusão. A sentença foi publicada dia 31 de julho e cabe recurso.

HISTÓRIA

Os irmãos Moraes assumiram a posição de “presidentes” dos Manos em meados de 2011, depois que a Justiça decidiu pela transferência do então líder da organização criminosa, Paulo Márcio Duarte da Silva, o Maradona, para um presídio federal, onde permaneceu por um longo período afastado do comando da facção.

Com Xandi, Do Meio e Nanico no comando, os Manos começaram a expandir os negócios da quadrilha, tornando-a a maior facção do Estado até os dias atuais. Além de serem os principais importadores e distribuidores de drogas no RS, os irmãos Moraes montaram um sistema de concessão de cotas. Nas áreas dominadas pelos Manos, somente pode traficar drogas quem for autorizado pelos irmãos “Moraes” ou por demais integrantes do chamado “colegiado de líderes”.

A criação do colegiado de líderes fez com que as decisões importantes fossem submetidas ao crivo de todos os membros mais influentes, no entanto, a palavra final pertencia aos irmãos Moraes, sem muita democracia. Cada membro do colegiado gerencia o tráfico de drogas em determinada região do Estado.

Na época da Operação Aliança, o MP e a BM concluíram que a cocaína e o crack eram fornecidos exclusivamente pelos irmãos Moraes. O quilo do crack era vendido, na época, por R$ 18 mil, e o valor do quilo da cocaína variava de R$ 20 mil a R$ 24 mil, conforme a qualidade do pó. Já a maconha, a facção permitia que fosse adquirida de forma independente pelos membros da organização.

As provas produzidas durante a Operação Aliança, por intermédio de diversas prisões em flagrante, apreensões de drogas, armas e munições levaram a justiça a autorizar o sequestro de 18 veículos e 20 imóveis de alto padrão comercial. Os imóveis sequestrados foram avaliados em cerca de R$ 7 milhões, já os veículos apreendidos foram avaliados em cerca de R$ 857 mil.
Entre os carros apreendidos estavam três BMWs, que foram destinadas à Brigada Militar. Os carros foram transformados em viaturas.

Uma das BMWs apreendida dos “Manos” esteve recentemente em Gramado (Foto: Eliton Velho)

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