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Coluna Nova Petrópolis

Nova Petrópolis: não existe, revogação, questão moral, coincidências, medo e terror, doação dos contêineres

03/08/2021 - 06h05min

Atualizada em 03/08/2021 - 10h23min

Raul Petry – [email protected]

 

NÃO EXISTE

Ano passado houve polêmica na Câmara de Vereadores, depois que um projeto de lei deu o nome de Alceno Artmann a uma rua no Pedancino. Qual o problema? Aquela via de fato existe e serve como acesso a algumas propriedades, mas não é pública. Alguns moradores reclamaram porque, adquirindo o status de via pública, a rua passaria a receber manutenção da Prefeitura e, para tanto, teria que ser respeitada a largura da metragem oficial. Alguns moradores perderiam partes dos seus terrenos. O complicado é que essa situação foi constatada só depois da aprovação do projeto de lei.

 

REVOGAÇÃO

A solução desse impasse começa hoje, com a entrada de um novo projeto de lei na Câmara. Este projeto simplesmente revoga a lei aprovada em 2020. Uma solução bastante simples. Na justificativa, o Executivo cita que uma dezena de moradores se manifestaram contra a denominação da rua. Portanto, havia meios de evitar toda essa situação.

 

QUESTÃO MORAL

Revogar a lei do ano passado vai ser simples e o problema legal estará solucionado. Mas o problema moral, não. Com a revogação, os vereadores passam a ter uma espécie de dívida com a família do homenageado. Homenagens é algo que os vereadores adoram fazer. Mas o que dizer de uma homenagem em que se deu o nome a uma rua que não existe? Um tanto constrangedor… É verdade que os vereadores eram outros. Mas tanto os anteriores quanto os atuais constituem o mesmo Poder Legislativo. O nome de Alceno Artmann não pode ser simplesmente descartado.

 

COINCIDÊNCIAS

Vejam estas coincidências:
– No final de 2019 o Corpo de Bombeiros Voluntários solicitou à Receita Federal a doação de alguns contêineres, que seriam usados em uma pista de treinamento da corporação.
– Em meados de 2020, a situação da pandemia se agravou tanto que em alguns países tiveram que ser usados caminhões baús para acondicionar os corpos dos mortos.
– No final de abril de 2020 a Prefeitura instalou um ambulatório de campanha no Centro de Eventos, com 39 leitos destinados a eventuais pacientes da pandemia.
– Alguns dias depois são descarregados três contêineres no pátio do Centro de Eventos.

 

MEDO E TERROR

Naquela época muitos pensavam que os 39 leitos do Centro de Eventos seriam todos ocupados. Ninguém sabia ao certo o que estava por vir. Diante do cenário de incertezas, muitos foram levados a pensar que aqueles contêineres constituíam algum tipo de precaução funérea. Passaram-se meses e nem um único paciente chegou a ser internado no ambulatório improvisado. E hoje sabemos que a real e nobre finalidade dos contêineres.

 

DOAÇÃO DOS CONTÊINERES

Na sessão de hoje, a Câmara recebe um projeto de lei para que os três contêineres sejam doados, do Município para o Corpo de Bombeiros Voluntários. Isso porque a Receita Federal entregou os contêineres à Prefeitura.

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