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No meio do bairro Floresta, um paraíso de cactos e suculentas em Estância Velha

16/12/2022 - 04h00min

Paulo segurando a Rosa do Deserto (FOTO: Geison Machado Concencia)

Por Geison Machado Concencia

Estância Velha – No coração do bairro Floresta fica a floricultura de Paulo Link, de 70 anos, a Estância dos Cactos. O abrigo de mais de 5 mil plantas das espécies suculentas e cactos. O local fica do outro lado da casa de Paulo, num terreno que ele comprou para construir um paraíso em meio ao concreto. Há 12 anos ele vem regando e cultivando essas variedades destinadas à venda, mas acima de tudo, para alimentar um hobby. Para encontrar o florista, basta ir até a Rua Flores da Cunha, 440.

Plantas

Quando se chega na Estância dos Cactos, todos são recebidos pela gentileza e carisma de Paulo. Ele é muito simpático, brincalham e humilde. Trata com respeito e paciência todos os clientes. Conhece cada uma de suas plantinhas. Sabe a idade delas, o nome, a história e a maneira correta e eficiente para cultivá-las.

Paulo nos apresentou a Rosa do Deserto, uma planta que rega há seis anos. Ele comentou que essa espécie deve ser regada, pelo menos, uma vez por semana. Outra que se destaca em meio as muitas variedades é a Palmeira de Madagascar, com seus 12 anos de existência. Essa, cresce cerca de um metro por ano e suas sementes, antes de serem plantadas, precisam ficar de molho por até 24 horas.

Creche

Paulo comentou que tem uma espécie de creche, uma estufa em sua casa destinada ao cultivo das plantas. Elas servem para substituir os cactos e suculentas que são vendidas. Ou seja, no momento que sai a planta, já tem outra para substituí-la na hora. Atualmente, ele tem 1500 nesse “berçário”, o que dá muito mais agilidade para remanejo delas.

Esse processo é necessário, porque demora um certo tempo para a muda florescer. Para se ter uma ideia, os cactos precisam, em média, 4 anos para alcançar o tamanho de venda. As suculentas um pouco menos, um ano.

Cuidados básicos

Cactos e suculentas demandam também uma rotina diária para deixá-las sempre bonitas, vistosas e elegantes. Além disso, Paulo destaca a importância de regá-las constantemente, na quantidade certa de água e no tempo correto.

Do RH para floricultura

Paulo apresentando as espécies de cactos e suculentas para os visitantes (FOTO: Geison Machado Concencia)

Natural de Ivoti, Paulo é filho de agricultores e relembra que seu pai sempre valorizava um belo jardim. Ao chegar da primavera, ele recorda que seu progenitor dizia, “vamos caprichar no nosso jardim, parem o que estão fazendo e se dedicam a isso. Porque se alguém passar e ver que a frente da casa não está arrumado, logo dirão, ‘aqui mora um alemão relaxado’, disse Paulo.

O carinho e cuidado com as plantas pode ter surgido com a família. Mas durante muito tempo de sua vida, não foi essa a função que ele desempenhou. Paulo trabalhou por 38 anos no setor de recursos humanos e foi essa profissão que exerceu no lugar de florista.

Mas esse vínculo não foi embora, somente estava adormecido. E esse gosto reapareceu há mais de 10 anos, quando resolveu deixar a carreira, para se dedicar ao que realmente gostava. Além de ter uma floricultura, ele destaca que tinha outros dois sonhos. Um deles, abrir uma escola infantil, pois acredita no poder da educação como forma de transformar o mundo. Ele comenta que educar se compara a plantar. “Você planta, rega e ela cresce”, comentou.

Outro sonho, fazer brinquedos de madeira, que eram muito tradicionais no passado, mas que hoje pouco se vê.

Projeto de um museu

Paulo apresentando os itens raros de seu pequeno museu (FOTO: Geison Machado Concencia)

Entre as muitas coisas que estavam adormecidas no coração de Paulo, uma delas era um museu. Ele começou a construir, junto com a floricultura, uma área com objetos muito antigos e raros de se ver. Lá, encontram-se balanças para pesar porco, lâmina de arado, esfumadeira, bacia de chucrute, panela de barro, tracador e vários outros itens que, alguns deles, têm mais de 40 anos.

Segundo Paulo, todos esses achados raros têm certo valor material, mas acima de tudo possuem valor sentimental que não se pode mensurar. “Não são apenas coisas, mas ferramentas com história que foram fundamentais para o desenvolvimento humano”. Atualmente, o museu já têm alguns objetos, mas a perspectiva é aumentar o número de raridades.

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